"Horário nobre" do Facebook segue o da TV
O casamento entre rede social e TV levou a companhia a lançar, na semana passada, uma ferramenta de mensuração das conversas que acontecem no site. A exemplo do Twitter, que tem seu próprio Trending Topics, o Facebook irá oferecer para seus clientes medições sobre o que tem sido conversado na rede, incluindo entretenimento, esportes, futebol e política, acompanhado de informações demográficas sobre os indivíduos. “Criamos uma API para dar visibilidade a que tipo de informações estão fluindo na rede, sem, claro, invadir a privacidade dos usuários”, afirma o executivo.
Ainda não há previsão exata para lançar a ferramenta no Brasil, mas a companhia afirma que seus projetos nesse sentido começam em 2014. “Até agora houve algumas iniciativas pontuais, mas oportunidades de escala estão no ano que vem”.
O Facebook quer investir em segunda tela, fenômeno bem aproveitado em mercados como Estados Unidos e Inglaterra, onde a penetração de dispositivos móveis é alta. No Brasil, com mais de 40 milhões de usuários que acessam o site pelo celular ou tablet, a companhia espera oferecer publicidade por dispositivos, aproveitando a Copa do Mundo, de forma que marcas estejam onde o usuário estiver. “Cerca de 40% dos nossos usuários acessam o Facebook enquanto assistem televisão. Isso abre uma oportunidade durante eventos esportivos, como ajudar as marcas a se conectarem a potenciais clientes. Elas vão poder impactar os consumidores em todos os lugares, da bar ao estádio”, explica Tristão.
A companhia tem 76 milhões de usuários no Brasil, o que faz do país a segunda maior operação dela no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Na América Latina, o Facebook tem outros três escritórios: na Argentina, no México e em Miami, onde está a equipe por contratos pan-regionais. “Essa é uma operação de quase três anos. Eram cerca de 12 milhões de usuários no Brasil no início e hoje somos a segunda operação no mundo”, compara Alexandre Hohagen, diretor do Facebook para a América Latina. O executivo, responsável pelo crescimento do escritório local, irá a partir de agora dar escala ao Facebook em outros países da região.
Crescimento
A empresa tem 65 pessoas no escritório brasileiro e está em expansão. De acordo com Tristão, há 20 vagas abertas para serem preenchidas. Um dos focos da companhia será no desenvolvimento de novos talentos e irá lançar um programa de desenvolvimento de pessoas.
A companhia tem grande foco em pequenas e médias empresas, um dos grupos que mais utilizam comercialmente a rede, e quer contratar novas pessoas para cuidar desse grupo de clientes. “As PME são muito representativas em nosso faturamento. A ideia é ter um manual para elas usarem a rede, parte do programa ‘Rota para o sucesso’”, aponta Tristão.