Quais são as estratégias das agências independentes para se destacarem no mercado

Mostrando que tamanho não define qualidade, equipes compactas têm processos menos burocráticos e mais próximos dos clientes

Abraçando a diversidade dos métodos na publicidade, agências independentes e com equipes mais compactas estão conquistando espaço no mercado. Com uma proposta de maior agilidade e flexibilidade, esse novo formato vem se consolidando e se mostrando promissor. Mas será que essa é uma tendência passageira ou um novo modelo de sucesso?

Roberta Cesarino Iahn, coordenadora-adjunta do curso de publicidade e comunicação da ESPM,  vê esse movimento como algo consolidado. “As agências de menor porte sempre dividiram espaço no mercado: ora executando trabalhos que as grandes não se interessavam, ora desenvolvendo trabalhos específicos ou especializados [...] as grandes agências perderam espaço em relação às pequenas, pois são mais lentas e até burocráticas em seus processos, o que acaba atingindo o cliente”, explicou ela.

A coordenadora ainda destacou que essas agências têm conquistado um bom relacionamento com o mercado e se tornaram uma boa opção para empresas de portes distintos. “Preço já não é mais o diferencial, nome e tamanho já não são garantia de melhores ideias e, principalmente, de bom relacionamento. O acesso a bons profissionais está mais horizontal, o que permite que agências de pequeno porte tenham excelência em seu squad”.

Muitas dessas agências foram fundadas por profissionais já experientes no mercado, mas que buscavam um ambiente onde pudessem ‘fugir’ de estruturas corporativas convencionais. O propmark conversou com sete executivos da Dark Kitchen, Monkey-land, 11:11, Magenta, Execution, Dojo e Gana, e eles mostraram que o tamanho deixou de ser a prioridade para dar espaço a outra preocupação: a agilidade.

Geraldo Rocha Azevedo, sócio e CEO da Execution (Divulgação)

A Dark Kitchen Creatives, por exemplo, nasceu inspirada pelo conceito de ‘food service’ que carrega o mesmo nome, ‘dark kitchens’ — modelo onde o prato criado vai direto da cozinha para o consumidor. No caso da agência, os “chefs” são os criativos, que entregam resultados diretamente para os clientes. “A principal motivação foi construir, do zero, uma agência que combinasse capacidade estratégica, excelência criativa e obsessão por resultados reais. Aproveitamos a oportunidade para estruturar um modelo focado em soluções ágeis e inovadoras, sem as limitações da estrutura tradicional e o ‘peso’ das grandes redes, que, apesar dos benefícios, têm enfrentado desafios para adaptar suas entregas e modelos”, disse Clariana Regiani, sócia e COO da Dark Kitchen Creatives.

Também com a ideia de criar o próprio modelo de negócio e apostando na adaptabilidade, surge a Gana, uma agência independente full service, que tem apenas pessoas negras no time e segue uma operação completamente remota. Segundo Felipe Silva, fundador e CCO da Gana, trabalhar remotamente permite a junção de mentes de todo o país, que, somado ao time formado por pessoas negras, possibilita que a empresa tenha um olhar descentralizado.

Leia a matéria completa na edição do propmark de 18 de novembro de 2024