Qual o impacto gerado pelo fim da barra lateral do Google?

O Google confirmou que irá parar de servir anúncios em sua barra lateral. E isso deve mudar o comportamento das buscas a partir de agora. O anúncio traz informações de que para algumas buscas com bastante procura comercial, serão servidos quatro anúncios ao invés de três no topo. Já temos visto esse comportamento em muitos casos no Brasil e aparentemente esse quarto anúncio deve aparecer com muita frequência para todas as buscas que têm a participação de inúmeros anunciantes.

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Tulio Kehdi

De maneira geral, é um tanto imprevisível supor qual será o resultado da mudança para os anunciantes. Talvez, a única projeção concreta seja a queda da participação do orgânico no volume total de buscas. Para se ter uma ideia alguns dados mostram que apenas cerca de 15% dos cliques pagos vinham da barra lateral e dos anúncios no final da página. Ou seja, para cliques pagos o impacto deverá ser menor ou até mesmo positivo, com a adição de um quarto anúncio.

Na tentativa de ponderar as perspectivas positivas e negativas sobre a mudança, entendemos que ao longo dos anos o mercado foi aprendendo cada vez mais a gerenciar suas campanhas e isso significa necessariamente servir o anúncio correto para a busca correta. Se uma empresa está disposta a pagar para obter esse clique, ela acredita que consiga satisfazer a missão do Google de levar o usuário para o conteúdo correto.

Se olharmos do ponto de vista mais pessimista, vemos que a primeira página está praticamente dominada por anúncios, o que normalmente é visto de maneira negativa pelas pessoas que utilizam o serviço. Isso não quer dizer que elas encontrarão piores resultados, até porque, os anúncios são muito mais dinâmicos do que os artigos orgânicos, fornecendo uma variação maior nos resultados.

Com relação ao anunciante é possível que haja alguma movimentação nos CPCs (custos por cliques) ou até mesmo de mudança na presença entre diferentes anunciantes, fortalecendo os grandes players ante empresas menores. Mas por enquanto, essas são apenas impressões. No caso da Raccoon, observando a dinâmica de muitos clientes, nossas primeiras observações mostraram resultados bastante positivos para os iniciantes. Mas ainda é muito cedo para chegar a qualquer tipo de conclusão.

Por fim, vale lembrar um aspecto que geralmente é negligenciado quando fazemos qualquer análise sobre posicionamento médio: a taxa de conversão. Artigos importantes, produzidos inclusive pelo Google, mostram que, a taxa de conversão não tende a variar tanto de acordo com o posicionamento médio. Ou seja, estando na quarta posição, no final da página ou na barra lateral, a intenção de compra/conversão do usuário, não tende a se alterar significativamente. Em outras palavras, diante dessa mudança, a taxa de conversão parece ser um ponto com o qual não devemos nos preocupar e isso sempre tende a ajudar anunciantes menores.

Tulio é sócio-diretor da Raccoon, agência de marketing de performance no Brasil