Qual será o futuro do varejo no pós-pandemia?

Live commerces, local commerce e os pagamentos sem contato são algumas das tendências do mercado de varejo no pós-pandemia. A conclusão foi do estudo ’10 tendências de consumo (validadas) no mundo pós-pandemia’, feito pela Inovasia com base na experiência real da China, única grande economia do mundo a viver mais de dois meses sob o fim da quarentena.

As tendências foram apontadas durante o painel ‘‘A Transformação Digital no Mercado e Seus Impactos No Varejo e no Consumo’, realizado na edição deste ano do Fórum de Varejo & Marketing, do Grupo de Líderes Empresariais – Lide, nesta sexta-feira (13).

Na China, o varejo digital já corresponde a 52% de toda a comercialização no país, enquanto em 2019 esse número era de 34%. E um dos canais utilizados pelo setor é a live commerce. Com o fechamento do varejo físico, marcas populares em shoppings e ruas obrigatoriamente abriram suas versões digitais, impulsionando não só o e-commerce, mas também o mercado de lives, contou Felipe Zmoginski, CEO da Inovasia e fundador da Associação Brasileira de Inteligência Artificial.

De acordo com o instituto iiMedia Research, 526 milhões de chineses viram transmissões de e-commerce por streaming durante a quarentena, o que equivale a 69% dos cidadãos com acesso à internet no país. Outro estudo, realizado pelo instituto Dentsu Aegis Network, mostrou que mais de 90% dos gestores de marca entrevistados durante a pandemia afirmaram pretender elevar seu investimento em influenciadores digitais.

“As lives já se tornaram canais de venda e os diversos players de e-commerce passaram a demonstrar os seus produtos, o que mostra que esse método já vem sendo abraçado”, disse o executivo da Inovasia. No Brasil, essa tendência já pode ser vista nas redes: marcas famosas como Americanas, Magazine Luiza e C&A, entre outras, adotaram a estratégia para estimular as vendas.

LOCAL COMMERCE
O estudo apresentado durante o Fórum de Varejo & Marketing mostrou também que os consumidores passarão a dar preferência ao comércio local. “As pessoas estão preferindo fazer compras perto de casa e isso deve-se ao temor de ir a grandes centros de compras, além da solidariedade econômica”, frisou o CEO da Inovasia e fundador da Associação Brasileira de Inteligência Artificial.

O executivo mostrou que, mais de um terço dos chineses (38,6%), passaram a consumir marcas locais, de acordo com números de varejo das quatro maiores cidades do país, preferindo itens produzidos e vendidos por pequenos comerciantes. Antes, apenas 19% preferiam o comércio local.

Também existe uma preferência por pagamentos sem contato. De acordo com especialistas ouvidos por Inovasia, é consenso que empresas financeiras e meios de pagamento que oferecerem soluções de pagamentos sem contato em outros mercados (como o Brasil) encontrarão um cenário mais amigável que no período pré-pandemia para cadastro de vendedores e adesão dos consumidores.