“Quando eu vi já estava aqui”
O carioca Ricardo Franco é diretor de criação da R/GA NY desde julho, mas sua relação com os Estados Unidos é antiga. O criativo deixou o Brasil em 2016 por conta de um desejo da sua mulher de estudar e em três meses já estava empregado. Aqui ele conta um pouco da sua trajetória, do bom momento em Cannes e dá dicas para brasileiros que querem se aventurar pelas terras do Tio Sam.
Trajetória
Nascido no Rio de Janeiro, Ricardo Franco começou a trabalhar em agências durante a faculdade. Por lá passou por Staff, Script e Agência3. “Em 2011 a Africa estava realizando um programa de recrutamento chamado ‘Safari Africa’ em que o objetivo era selecionar criativos de outros estados para trabalhar em Sāo Paulo. Na ediçāo do Rio, eu fui um dos selecionados e me mudei pra São Paulo. Da Africa eu fui para a Moma e de lá voltei pra Africa, onde fiquei até o fim de 2015, antes de vir pra Nova York”.
Desde o meio de julho, Franco está na R/GA em Nova York como diretor de criação, mas chegou na cidade em janeiro de 2016. “No auge do inverno, para trabalhar na KBS (hoje Forsman Bodenfors). Na verdade, eu nāo tinha em mente trabalhar fora naquele momento. Minha mulher queria fazer um MBA nos Estados Unidos e eu disse que tinha de ver se arrumaria emprego. Dessa nossa conversa até receber a proposta oficial foram três meses. Foi tudo muito rápido, nāo deu tempo nem de pensar muito. Quando eu vi já estava aqui”, comenta.
Cannes 2019
“Esse ano foi inacreditável. A gente ganhou 16 Leões com dois trabalhos, ‘Billie Jean King Your Shoes’, para a Adidas, e ‘The Fake News Stand’, para a Columbia Journalism Review. Se a gente dissesse que esperava um resultado desse, estaríamos completamente loucos. Para ele, não necessariamente Cannes foi responsável por sua mudança de agência, mas sim outros prêmios que recebeu desde sua chegada na Big Apple. “Recebi a proposta um pouquinho antes de Cannes. Pode ter sido consequência dos prêmios que vieram antes de Cannes, como One Show, D&AD e Andy’s. Mas não sei dizer”.
Diferenças culturais
Franco aponta que há muitos brasileiros em Nova York, o que ajuda na adaptação e no dia a dia. “O conselho que eu daria é não aceitar proposta de uma agência se você não gostaria de morar naquele lugar. Por mais legal que seja a agência, você vai viver mesmo na cidade, então pense bem. Já vi um monte de gente arrependida três meses depois de se mudar”.
“No Brasil, a gente está acostumado a fazer cinco, seis campanhas num ano. Aqui se você fizer uma, já foi um bom ano. Se fizer duas, um excelente ano”.
“Se alguém estiver pensando em vir trabalhar fora e quiser trocar uma ideia, me adiciona o Linkedin e a gente conversa”, finaliza.