Quem quer prêmio?

Escrevo este artigo ainda impactado pela conquista de importantes prêmios. Acostumado a fazer parte do júri de premiações, este ano foi a minha vez de subir ao palco para receber premiações.

Representando a Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda), tive a enorme satisfação de, junto com o presidente Glaucio Binder, receber os prestigiosos troféus Marketing Contemporâneo, da ABMN, e o Marketing Best, da Editora Referência e Madia.

São premiações que nos enchem de orgulho, cujos troféus serão exibidos com destaque na sede da instituição. Mas o mais importante é o reconhecimento de um trabalho sério e duro que estamos fazendo em prol da categoria das Agências de Propaganda.

Reconhecimento que é combustível para continuar essa jornada, que deve ser contínua. Não dá para relaxar sobre os louros das conquistas.

O mercado continua exigindo uma dedicação extrema de todos aqueles que podem fazer a diferença e essa é nossa missão. Muito bem, agora que dividi com você essa minha satisfação, parto para uma reflexão a respeito do valor das premiações.

Tenho sido convidado para compor juris de diversas premiações. Só no Prêmio Colunistas, já são mais de dez anos participando do julgamento de peças e cases de diversas categorias.

É uma função que cumpro com muito prazer e entendo a responsabilidade de destacar o trabalho de alguém, em detrimento de outros. Sei o quão importante pode ser a conquista de um prêmio para um profissional ou uma empresa. Algumas premiações podem mudar a vida de alguém. Que o digam os ganhadores de um Leão em Cannes, por exemplo.

Muitos veem suas carreiras catapultadas depois de uma conquista dessas. As agências vencedoras exibem seus prêmios como a cereja do bolo ao se apresentarem para prospects e clientes.

Por isso reajo com desdém perante comentários daqueles que não dão o devido valor às premiações. Como diz o velho ditado, quem desdenha, quer comprar.

De tempos em tempos aparecem críticos de premiações. Pela sua importância, o Cannes Lions é um dos mais comentados e também criticados. Os críticos dizem que alguns trabalhos premiados em Cannes são feitos apenas com o objetivo de ganhar um Leão.

Sabemos que isso realmente ocorre, mas, ainda assim, no meu entender, tais trabalhos são superválidos como exercícios de criatividade. Os organizadores são cada vez mais rigorosos, contratando até auditorias independentes para garantir a lisura ao processo.

Não é à toa que, só neste ano, o Cannes Lions recebeu mais de 43 mil inscrições, vindas de 90 países.

Mais um recorde do festival, que não para de crescer. Será que todos esses concorrentes estão enganados? Uma premiação do nível do Cannes Lions Festival não continuaria atraindo tantas inscrições e tantos participantes (só neste ano forma mais de 13 mil delegates) se não tivesse valor. Graças a essas premiações, o Brasil conquistou a percepção de país criativo.

Estando consistentemente entre os três países mais premiados em Cannes, nosso país se destaca no cenário da propaganda mundial. O resultado disso é a atração de interesse internacional pelos nossos serviços e pelos nossos talentos.

Algumas marcas fazem das premiações atalhos para conquistar repercussão internacional e turbinar suas vendas.

Foi no Cannes Lions que vi marcas como Diesel e Uniqlo pela primeira vez. Ambas conquistaram Grand Prix que ganharam repercussão mundial, facilitando sua entrada em mercados importantes. E não é só as premiações internacionais que têm esse poder.

As premiações sérias brasileiras, como é o caso das que conquistamos este ano, têm, sim, enorme valor na construção e manutenção de imagem de empresas, profissionais e instituições. Longa vida às premiações!