Racismo no futebol evidencia falta de representatividade na publicidade
Pesquisa realizada pela Teads mostra que quase 78% dos brasileiros acreditam que a mídia tem papel fundamental na perpetuação do racismo
O mais recente caso de racismo contra o jogador brasileiro Vinícius Júnior está repercutindo mundialmente na mídia e também nas redes sociais, reaquecendo uma discussão recorrente: como a sociedade e as marcas podem mudar este infeliz cenário.
Toda a situação gerou uma corrente de apoio e busca por justiça nas redes e com isso, os patrocinadores receberam bastante pressão do público. Alguns deles se posicionaram e, em alguns casos, cancelarem seus contratos por causas dos exaustivos episódios de racismo.
Visando colher o ponto de vista dos consumidores, a Teads, plataforma global de mídia, acaba de divulgar a pesquisa "Racismo na mídia e na publicidade no Brasil", que busca apontar o papel do setor no combate ao racismo no país. O estudo revelou que mais de sete em cada 10 entrevistados vêem a mídia como um agente importante na perpetuação do quadro e 67% acreditam que as empresas deveriam se preocupar mais em promover a diversidade e inclusão em propagandas e anúncios.
Ainda de acordo com a pesquisa realizada pela Teads, 28,4% dos entrevistados já perceberam alguma forma de preconceito em programas de entretenimento e 24,1% já notaram algum tipo de preconceito em conteúdos nas redes sociais, seguidos de 18,3% em programas de jornalismo ou em noticiários na TV, e 12,8% em matérias jornalísticas online.
“São pautas importantíssimas na sociedade e que ainda não encontram a representatividade esperada nas ações do setor publicitário e nos posicionamentos das marcas. Especialmente entre as gerações mais novas, o tema se mostra como um fator decisivo no momento da compra e que, muito em breve, começará a impactar a receita das companhias que não acompanharem esse amadurecimento do mercado”, diz Cau Stéfani, líder de insights da Teads no Brasil.
A pesquisa também revela que o grupo que mais observa esse tipo de assunto é a Geração Z, devido ao fato desta geração se importar mais com temas ligados à inclusão e diversidade, não aceitando consumir conteúdos que vão contra seus princípios e valores. 70,1% deles afirmaram que já deixaram ou deixariam de comprar um produto de uma marca se considerarem que a campanha publicitária foi ofensiva ou racista.
(Créditos: Jannik Skorna/Unsplash)