Rdio abre plataforma para anunciantes
Plataforma de streaming musical, o Rdio está mudando o seu modelo de negócio globalmente. Tradicionalmente remunerada pelas assinaturas do seu serviço, a companhia agora passa a operar em modelo freemium, mantendo a opção de subscrição à versão paga, mas ampliando seus horizontes também para a propaganda: a versão grátis da ferramenta terá estações de rádio com espaço para anunciantes, com a opção inclusive de um brandchannel exclusivo.
Essa mudança vem em um momento de grande aumento de consumo de rádios online globalmente, representando uma oportunidade também para outras alternativas de consumo. Anteriormente, o Rdio seguia uma prática comum no segmento, a de ceder um período limitado de free trial e depois cobrar pela subscrição. Agora, esse tempo de uso livre da plataforma é ilimitado e mantido financeiramente por anunciantes, mas algumas features só vem por meio da assinatura.
“A audiência ainda precisa se acostumar a essa nova forma de ouvir música. Percebemos que duas semanas era um período muito curto para o consumidor experimentar e se ambientar completamente à plataforma, então criamos essa opção. Quem quiser escutar com o modelo grátis eternamente poderá fazê-lo”, explica Anthony Bay, CEO do Rdio. Para os potenciais anunciantes, o modelo de negócio também oferece vantagens. “Além da enorme base de ouvintes, podemos segmentar a audiência por critérios demográficos, psicográficos ou pelo estilo de música e bandas que ele está ouvindo. Temos a possibilidade de uma marca se atrelar a algumas estações dependendo do estilo musical ou criar uma curadoria e um canal próprio”, explica o executivo.
No Brasil, seu terceiro maior mercado em número de usuários, o Rdio firmou uma joint venture com o Grupo Bandeirantes de Comunicação, agora um dos responsáveis por comercializar espaços nessa plataforma. Globalmente, o gerenciamento do novo modelo de negócio se divide entre parcerias com companhias locais, caso do Brasil, Canadá e Estados Unidos, ou a abertura de um escritório próprio. No país, o anunciante pode até mesmo fechar um pacote envolvendo as propriedades do Grupo Bandeirantes alinhadas com o Rdio, de acordo com Bruno Vieira, diretor executivo do Rdio no Brasil. “Para entrarmos no mercado brasileiro e criarmos um relacionamento com as agências e anunciantes precisávamos de uma abordagem mais pessoal. Além disso, a plataforma pode ser global, mas a experiência do usuário, a música e a propaganda tem que ser locais. Por isso fizemos essa parceria”, ressalta.
Apesar do otimismo em relação ao novo modelo de negócio, os executivos ainda não puderam estimar o quanto ele dará de retorno, ou o quanto o modelo freemium passará a corresponder em relação à receita total da companhia. Entretanto, há uma expectativa em relação ao mercado nacional. “Como o Brasil é um país muito forte em social media e com um público menos acostumado a pagar e assinar esses serviços de streaming musical, acreditamos que iremos ter uma grande porção do faturamento brasileiro proveniente do modelo freemium e dos anunciantes”, ressalta Bay.