Record e SBT lideram publicidade do governo federal, diz Folha
Dados do Tribunal de Contas da União (TCU), revelados pela Folha de S. Paulo nesta terça-feira (12), indicam mudanças na distribuição das verbas de publicidade do governo federal em relação à TV aberta.
Segundo a publicação, o TCU solicitou os dados junto à Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), por conta de uma representação do Ministério Público de Contas para analisar se há critério político na distribuição.
Considerando-se o ano de 2019 até o final de outubro, a Globo obteve 16,3% do bolo, ficando abaixo da Record, que conseguiu 42,6%, e do SBT, com 41%.
As fatias observadas neste ano são diferentes dos anos anteriores, quando a Globo costumava liderar o share. Em 2017, a emissora ficou com 48,5% dos investimentos, contra 39,1% em 2018. A Record ficou com 26,6% em 2017 e 31,1% em 2018, enquanto o SBT tinha 24,8% em 2017 e 29,6% em 2018.
A Folha citou ainda dados do Ibope, considerando janeiro a outubro de 2019, em que a Globo ficou com 33,1% da audiência, contra 14,5% do SBT e 13,1% da Record. Os dados são relativos a média de telespectadores em 24 horas do dia em 15 regiões metropolitanas.
Por instrução normativa, diz a Folha, o investimento em mídia do governo federal deve obedecer à audiência, mas este não é o único critério. Também valem quesitos como perfil do público, segmentos, e alcance da emissora no País.
A Secom informou à Folha que “os critérios dependem dos objetivos de campanha e não necessariamente são representados pelos índices de participação em audiência, visto se tratar de informação modulada a partir do público-alvo a ver impactado com a publicidade e cobertura geográfica”. A estratégia de destinar mais recursos a outros veículos, diz a secretaria, faz parte de uma estratégia para criar um mix de meios e atende ao princípio de economicidade previsto em Constituição.
O TCU quer que, em até 15 dias, a Secom apresente critérios “técnicos e objetivos” que justifiquem a distribuição de anúncios da campanha que divulgou a reforma da previdência.