Rede Brasil completa 12 anos no ar com conteúdo vintage e jornalismo
O empresário Marcos Tolentino acumulou longa experiência como apresentador de programas com linguagem infomercial em Curitiba (PR). Até que há 12 anos inaugurou a própria emissora, a Rede Brasil, que, apesar do nome, não tem nada a ver com nenhum canal público de TV.
De acordo com o diretor comercial Ronan Santiago, a essência da programação é a oferta de seriados vintage que lhe confere um caráter de vale a pena ver de novo. Entre as atrações da grade estão os cults Perdidos no Espaço, do impagável Dr. Smith; Batman & Robin; Agente 86; A Feiticeira; Jeanie é um gênio; Tarzan; Zorro; Speed Racer; MacGyver; e, entre outros, A Ilha da Fantasia.
Esses clássicos atendem à faixa etária 40+, que entra nesse túnel do tempo e empresta audiência à emissora que está no ar graças à Resolução 581 da Anatel, que aprovou o Seac (Serviço de Acesso Condicionado), em 2012. Com isso, está disponível em todas as operadoras de TV por assinatura, menos na NET, e ainda neste ano na rede Vivo Fibra.
Santiago afirma que a cobertura da Rede Brasil abrange 120 milhões de telespectadores, dos quais 11 milhões pelo cabo e satélite, em 40 milhões de domicílios. “Estamos presentes em 26 capitais e em mais de 500 cidades. Temos muitas oportunidades para os anunciantes. As séries antigas são uma atração à parte porque estão na memória afetiva do público”, explicou o diretor comercial.
Além do conteúdo que marcou época nas décadas de 1960 a 1980, a emissora aposta no jornalismo. O RB Notícias é apresentado por Hermano Henning, Camila Smithz, Fernando Vanucci e Nei Gonçalves Dias. O Papo em Dia une Luciano Faccioli, Décio Piccinini e Gisele Alves, das 10h30 às 12h30. O entretenimento fica com Nani Venâncio, no A Tarde é Show. O apresentador Evê Sobral, com o Em Revista, encerra o horário noturno. A eterna Garota de Ipanema, Helô Pinheiro, está em fase final de negociação para ter um programa de variedades.
“Temos nomes bem conhecidos da TV na nossa grade. Como têm reconhecimento do público, a interação fica mais fácil. A Lucimara Parisi, que trabalhou longos anos com o Faustão, tem um programa gravado na varanda da sua casa. Temos estúdios próprios para agilizar as gravações e contamos com equipamentos modernos de edição”, detalhou Santiago.
O modelo de negócios da Rede Brasil é misto. Além da remuneração das distribuidoras de DTH (Direct to Home), faz locação de horários para o universo evangélico e programas terceirizados. Mas o plano é ganhar mais espaço com a publicidade, que responde por 30% do share de faturamento. “Temos anunciantes muito próprios, como clínicas, profissionais liberais e varejo. 40% vem dos aluguéis de espaço e 15% dos cultos eletrônicos. Os governos federal, estadual e municipal também marcam presença na grade publicitária”, disse.
Uma área que está no foco de Santiago é a de eventos. Ela alia a produção do conteúdo e a sua comercialização. As festas de São João, do Nordeste, garantiram boas oportunidades neste ano. As competições de motocross, como a realizada recentemente em Ilhabela, em São Paulo, estão na agenda da Rede Brasil.
“O evento já está praticamente pronto. É um branded content muito valorizado pelo público e anunciantes. Damos visibilidade aos patrocinadores e buscamos marcas que podem se beneficiar dessa exposição. O principal projeto para 2020 é o lançamento de um aplicativo que vai permitir o acesso à programação na palma da mão. Já temos transmissões simultâneas pelo Facebook e YouTube”, finalizou Santiago.