Relevância para os dispositivos móveis é tendência
Na comunicação digital a palavra de ordem é “ser relevante”. Na opinião de Fernando Taralli, presidente da agência VML, a comunicação online assumiu um papel primordial e deixou de ser meio para ser o ecossistema. “Nossos clientes já compactuam da visão correta do digital. Entendem que vivem em um mundo digital e seus serviços e produtos terão de evoluir neste novo ambiente”, comenta.
Em diferentes telas e plataformas, a audiência de meios on e offline não é mais dividida em públicos separados. Os projetos de comunicação são totalmente integrados.
Eduardo Becker, diretor da área de comercialização de mídias digitais da Globo, acredita que este é o ano em que a compreensão da jornada do consumidor será fundamental para marcas que queiram se diferenciar no mercado. “Cada vez mais, precisamos ter em mente que todas as pessoas são consumidoras de conteúdo e o fazem, no decorrer do dia, em diferentes telas e plataformas”, diz.
A Globo, já há algum tempo, está criando projetos de conteúdo integrado que dialogam com a experiência da TV e do digital, fazendo com que tanto o conteúdo quanto as ofertas comerciais acompanhem a jornada do consumidor, buscando sinergia para a criação de soluções integradas para os anunciantes.
Trabalho, estudo, entretenimento, compras, pesquisas e várias ações do dia a dia são realizados por meio de dispositivos móveis, de qualquer lugar e a qualquer momento. De acordo com a comScore, são 107 milhões de pessoas com acesso à internet. E desse total, 102 milhões estão no Facebook todos os meses, com mais de 90% delas ativas na plataforma por meio de um dispositivo móvel.
Eduardo Becker, diretor de comercialização de mídias digitais da Globo
Isso dá à rede social a oportunidade de entender o que as pessoas querem, o que as interessa, o que consomem e, principalmente, como oferecer o que elas buscam sem dispersão, já que o celular é a tela mais pessoal que existe. O Facebook é o destino preferido dos internautas brasileiros, já que um em cada cinco minutos gastos na rede mundial são nesta plataforma.
Axeu Beluca, diretor de mar- keting da Gazeta do Povo Jornais, fala que as redes sociais são ferramentas de relacionamento que dão uma voz mais humana para as marcas. “Nossa aposta é estar presente onde nossos leitores estiverem para levar a melhor informação e serviço, adequar a linguagem e ampliar o alcance”, diz Beluca.
Greta Paz, CEO e fundadora da MPQuatro, divide a comunicação digital em quatro tendências: branded content, mídia programática, User Experience e Data Science. “Cada vez mais os conceitos de UX passam a ser melhor entendidos e diferencia-se os bons e maus projetos de plataformas interativas”, comenta Greta.
Na visão de Lucas Burza, sócio-fundador da Agência Linka, inteligência artificial é o futuro. “Automação de marketing – softwares que gerenciam de forma personalizada e escalável quem interage com marcas e empresas – é a tendência”, aponta.
Greta: “branded content, mídia programática, User Experience e Data Science são futuro”
“Com a convergência das disciplinas de engenharia, mídia, marketing e BI, utiliza-se o comportamento e o perfil do consumidor para que as marcas estejam presentes no momento certo, com a comunicação certa”, afirma Aryel Tupinambá, CTO da LQDI.
Mitikazu Lisboa, CEO da Hive Digital Media, concorda. Para ele, em um futuro próximo, o jeito de se fazer marketing será influenciado pela internet das coisas e automação de marketing. “A relevância não será mais dependente da mensagem e, sim, do contexto”, diz.
Os formatos imersivos, como vídeos e a realidade virtual, cativam as pessoas com suas formas mais profundas de contar uma história. Para Fabiana Gabriel, gerente de mídias digitais do GNT, 2016 é o ano do vídeo, do ao vivo e do mobile. “Mas é preciso estar consciente que não basta estar ao vivo em vídeo no mobile, é preciso, ainda (e sempre será) trazer conteúdo na mensagem, ser relevante”, opina Fabiana.