Remando a favor do brand safety
Se anteriormente o tema de combate à fraude e à transparência na mídia programática era discutido apenas por uma minoria de players, hoje em dia esse cenário mudou totalmente – pelo menos sobre começar a debater o assunto. Esse período de “incertezas” que estamos vivenciando no digital nos pede uma mudança de postura e posicionamento, e, mais do que isso, exige que todos se unam em prol da padronização de normas e processos que permeam as melhores práticas em campanhas, no que diz respeito à ética e à transparência. Estamos todos juntos, mundialmente falando.
Mas, no mar aberto da internet, a transparência acaba se tornando um valor para poucos. Isso porque muitos players ainda possuem a mentalidade de que a quantidade vale mais do que a qualidade. Em quais conteúdos a campanha digital aparece, a taxa de visibilidade e qual o público impactado são pontos cruciais que todos devem ter ciência para garantir o brand safety. Um estudo feito pela comScore na América Latina e publicado no fim de 2016 mostra que uma das principais barreiras que impedem o amadurecimento da mídia programática na região é a falta de clareza sobre os dados das campanhas.
Para que essas barreiras sejam vencidas é preciso que tenhamos uma maior mobilização e providências comecem a ser tomadas. Dificilmente a solução para esses pontos surgirá da noite para o dia. Podemos notar que o IAB já está fazendo a sua parte, debatendo e acompanhando as notícias do mercado a respeito das questões de brand safety e discutindo o assunto nos 45 IABs ao redor do mundo, além da introdução do viewability na medição digital, a adoção de métricas tradicionais de entrega de publicidade e pesquisas para mensurar efetividade de campanha.
No Brasil, a associação lançou recentemente, no evento Branding & Performance 2017, um manifesto que convoca o mercado a se unir a favor de mais transparência e ética. O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, Cristiano Nobrega, que reforçou a importância de manter relações comerciais transparentes, com parceiros éticos e comprometidos com resultados e que, nesta missão, todos os envolvidos na cadeia devem assumir sua corresponsabilidade.
O recado foi dado e a convocação feita para que todos trabalhem a favor do brand safety. Agora cabe a cada player identificar quando e como reagirão diante desse cenário. É claro que, se todos começarmos a falar a mesma língua, padronizando normas na transparência e monitoramento de mídia, se remarmos no mesmo sentido da maré, tudo será muito mais prático e eficaz!