Quando o assunto é música na publicidade, a diversidade de estilos em um país extenso como o Brasil merece atenção. Nela estão oportunidades de se comunicar diretamente com o público desejado. E esse é o momento, aliás, para não ignorar o que toca de norte a sul.  Sem dependerda atenção da grande mídia para “estourar”, versões e canções autorais alcançamlikes e compartilhamentos, tornando-se populares em áreas específicas. Como diretor musical no Só Toca Top, atração dominical da Rede Globo, sou surpreendido todas as semanas por algo que nunca ouvi e está no topo das paradas em algum lugar.

É nesse cenário que crescem as campanhas regionais que tem como trilha paródias de sucessos completamente desconhecidos em outros estados. Cada vez mais cantores que são reconhecidos em determinadas ruas, mas passam despercebidos em outras, estrelam a publicidade de marcas relevantes no mercado.  Apostar em “estrelas locais” traz grandes chances de acertar o alvo. As pessoas gostam de marcas que falam a “sua língua” e se relacionam com seus ídolos.

Recentemente, a Comando S assinou trilha para campanha de uma marca de cerveja. O foco? Norte e Nordeste, com vídeo ao som de paródia de música conhecida pela população de lá. A estratégia mostra bons resultados também em expansão geográfica de grandes varejistas, atingindo em cheio os possíveis consumidores.

Não existe ritmo que seja unanimidade. Mas funk e sertanejo são os estilos que mais unem tribos e criam hits.  E assim como um refrão vira febre nacional em uma velocidade impressionante, cai no esquecimento em poucos meses. Nesse sentido, se a campanha é nacional, apostar nos clássicos pode ser eficiente.

Há aindaídolos que atingemuma grande parcela da população ou um nicho específicoem cheio. Anitta é um caso de artista que segue há algum tempo à frente de comerciais e ações para segmentos diferentes. Mas o Brasil não dança mesmo em um só ritmo. Cabe à publicidade acertar o tom para falar com cada um.