No início do mês de julho, foi realizada a abertura dos envelopes do edital relativo aos relógios eletrônicos digitais. Serão 168 modelos de última geração espalhados pelo município com informações relevantes para a população como data, hora, previsão do tempo, índice de raios UV, informações online de utilidade pública, câmera de segurança, wifi e painéis publicitários.

O edital conta com a participação de gigantes do setor como JCDecaux, Clear Channel, Eletromídia, Sinergy, Kallas e Ativa, que apresentaram suas propostas e agora aguardam a escolha. O resultado irá consagrar, depois de muitos anos, qual será a primeira empresa a conquistar novamente uma concessão de mobiliário urbano na cidade.

No mês de junho, a Prefeitura lançou a consulta pública do próximo edital para concessão de placas de rua (toponímicos). A população e as empresas têm um mês para enviar sugestões ao edital, que vai definir a empresa para confeccionar, instalar e conservar mais de 40 mil conjuntos de placas na Capital. A Prefeitura de Porto Alegre também já iniciou os levantamentos e análises para o lançamento do edital das paradas de ônibus que deverá ser lançado até o final do ano.

Estes três editais representarão um investimento de mais de R$ 100 milhões pelas empresas vencedoras nos próximos três anos. Agora, a grande questão é saber como o mercado irá responder à oferta de novas faces publicitárias em Porto Alegre. Atualmente são mais de sete mil pontos em outdoors, front lights, empenas, bancas, busdoor, bikes, patinetes, dispensadores de saco para a coleta de fezes de animais e outros dispositivos espalhados pela cidade.

 

Será inevitável a intervenção da Prefeitura na regulamentação, limitação, tarifação e fiscalização dessas mídias, com o objetivo de garantir o equilíbrio econômico e financeiro dos novos contratos a serem firmados com os vencedores dos editais. O órgão público tem a grande responsabilidade na regulamentação e na fiscalização, visando garantir um ambiente saudável e competitivo para esses novos concessionários, que realizarão investimentos pesados em equipamentos para oferecer serviços para a população em troca da mídia.

 

É cada vez mais importante priorizar as mídias externas que entregam informação em troca para de mídia nas cidades. Um simples painel normalmente só traz poluição visual e não agrega nada de novo. Já uma banca de revista pode sustentar famílias, gera empregos diretos, estimula o empreendedorismo e a economia local. Assim como uma parada de ônibus, que pode trazer segurança e conforto aos passageiros do transporte coletivo. Um relógio ou uma placa de esquina prestam informações úteis e relevantes à população, como um sistema de bike sharing pode oferecer uma nova alternativa de transporte sustentável e de baixo custo.

 

Este é o momento das marcas assumirem de vez suas responsabilidades como anunciantes, valorizando e investindo nas mídias que realmente pensam nas pessoas. Um outdoor papel, além de deixar a cidade suja, é uma mídia pouco sustentável. É algo ultrapassado que já deveria ter sido proibido nas cidades.

 

Outro ponto que poderia ter mais atenção nas empresas de mídia externa é o processo de descarte consciente dos resíduos. Algumas marcas ainda não se preocupam com essa situação. Acredito que devemos ter posicionamentos mais fortes em relação a esse tema, valorizando mais essas atitudes. Assim, teremos cidades mais limpas, sustentáveis e com menos poluição.

 

Porto Alegre está no caminho da regulamentação e vamos conferir como os órgãos reguladores vão agir. Queremos tornar nossa capital um exemplo para o restante do país, priorizando mídias e empresas que pensam no bem da cidade e das pessoas.