Licenciamento deve gerar R$ 1 bilhão para Rio 2016

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 devem movimentar R$ 1 bilhão em vendas de produtos licenciados no varejo, de acordo com a diretora de licenciamento e varejo do Comitê Organizador do Rio 2016, Sylmara Multini. A executiva esteve em São Paulo, na semana passada, para participar da Expo Licensing Brasil, que reuniu 41 expositores no Grand Hyatt e esperava um público de 2 mil visitantes.

A meta do comitê é fechar de 65 a 70 contratos com empresas parceiras que produzirão cerca 12 mil produtos com a marca Rio 2016 para serem comercializados. Antes dos contatos realizados na feira da semana passada, eram 33 contratos fechados e outros 13 em fase final de negociação. “A nossa participação na feira é para relacionamento e também para prospecção”, disse.

Entre os parceiros já definidos estão Oxford para canecas, Malwee para vestuário, Lisht para joias, Nike para agasalhos e Boneleska para bonés, por exemplo. “Ainda temos em aberto a linha praia, a linha íntima noite e dia e meias, além das sandálias de dedo que também devem ser um dos destaques entre os produtos”, contou Sylmara.

Também haverá uma linha de produtos sustentáveis com parte da renda revertida para a recuperação da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ).

Para escolher as empresas que terão direito ao licenciamento é realizada uma concorrência no mercado. “Identificamos as categorias, reunimos as empresas e, se tiver aderência, abrimos uma concorrência”, explicou a executiva. Como critérios de escolha são analisados o desenvolvimento, a distribuição e a proposta econômica das marcas.

 

Moda

Além de atenderem as necessidades do mercado, as empresas ainda devem estar de acordo com os valores olímpicos e de sustentabilidade. “Não queremos apenas souvenirs, mas produtos alinhados com a moda carioca, descontraída, alegre. Algo que tenha nossa bossa. Queremos mandar o espírito carioca para o mundo”, falou a executiva.

A pretensão é abrir 150 lojas pelo país para comercializar exclusivamente os produtos licenciados. Os PDVs estarão principalmente no Rio de Janeiro, mas também haverá espaços em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Salvador, cidades que recebem os jogos de futebol do evento. “Nós precisamos atender a demanda. A chegada dos jogos vai contribuir para a população consumir”, opinou Sylmara. Segundo a executiva, as marcas estão sendo orientadas a fazer uma variedade de produtos que possam atender a todos os interessados. “Teremos 320 produtos diferentes da Nike na megastore, por exemplo”, falou.

Hoje já existe uma loja no comitê para os funcionários. Até o fim do ano, a loja virtual deve entrar no ar. Além disso, uma megastore será montada na Zona Sul do Rio de Janeiro, mas ainda não há lugar ou data definida. Graças à parceria com os licenciados, os produtos ainda estarão à disposição em 40 mil pontos de venda. “Recebemos um percentual das vendas e tudo vai para a entrega dos jogos”, contou Sylmara.

Para tentar minimizar a pirataria, está sendo feito um trabalho desde o início da cadeia. “Muitos produtos vêm de fora, por isso estamos fazendo um trabalho primeiro na China, depois no porto e por último nos atacadistas. Se for identificada alguma produção no Brasil, vamos apresentar a empresa para o licenciado. Faremos um trabalho de engajamento”, falou. Outra medida para evitar que os produtos sejam copiados, é oferecer opções a preços bastante variados. “Infelizmente, o Custo Brasil não nos permite praticar os mesmos preços que no exterior, mas pedimos a todos os parceiros que apresentem uma proposta com uma opção de produto mais barata”, afirmou.

As moedas são destaque na categoria de colecionáveis. Em novembro, o Banco Central coloca em circulação as primeiras moedas comemorativas de R$ 1. Serão quatro de prata, uma de ouro e quatro moedas de circulação. “320 milhões de moedas estarão circulando com a marca Rio 2016. É mais de uma por brasileiro”, explicou Sylmara. Entre os colecionáveis ainda estão os pins, os selos e as publicações, como álbum de figurinha, por exemplo.