Safra de tendências – mais uma leva
Todo fim de ano é marcado pela publicação de tendências para o ano seguinte. Para nós, atores da indústria criativa,
é importante acompanhar esses insights para ficarmos antenados às movimentações de um mercado cada vez mais sujeito a inovações.
Em artigo anterior, compartilhei tendências advindas da plataforma Trendwatching. Neste artigo, compartilho o Annual Predictions for Marketers, publicado no início de dezembro na Forbes. Vamos lá!
1- “Inteligência Aumentada vai suplantar a Inteligência Artificial”. Nós não estamos testemunhando um conflito entre humanos X máquinas. Ao contrário, nós estamos começando a explorar (e negociar) novas oportunidades para humanos e máquinas, juntos, partirem para novas conquistas.
Em vez de pensar em perda de empregos, devemos imaginar uma realocação de capital humano e potencial humano. Com o constante repensar de modelos de negócios, velhos empregos serão substituídos por novos e velhos hábitos por novos comportamentos. Trata-se de um momento desafiador, mas repleto de oportunidades de integrar Inteligência Artificial à vida dos humanos.
2- “De Automação para Orquestração”. Raramente você ouve profissionais de marketing dizerem que precisam de mais tecnologia ou mesmo mais dados. Ao longo da última década, fomos acumulando software, ferramentas e um monte de dados num esforço de modernização e digitalização das nossas empresas.
Mas a sensação é de que estamos mais do que bem servidos. O desafio agora é como orquestrar esses recursos no sentido de conectar ambientes tecnológicos internos aos externos no sentido de otimizar ações e provocar engajamento de clientes e diferenciação de empresas e marcas.
3- “2019 será o ano do marketing nu e cru”. Cru, humano, real, autêntico, intocável, sem edição, sem verniz. Nos últimos anos, tem sido valorizado o marketing com menos glamour, menos polido, mais real. Em vez de contratar celebridades, será a vez de engajar os próprios empregados e clientes como parceiros verdadeiros de marketing. A palavra-chave é empatia. O CMO de sucesso em 2019 será aquele ligado mental e emocionalmente com seus – ou suas – clientes, encontrando-os onde estiverem, aceitando-os como são e levando-os onde eles (clientes) querem ir.
4- “Marcas terão uma postura mais política”. A tendência é vermos mais marcas se posicionando politicamente, com coragem para “comprar” as lutas dos seus clientes de forma disruptiva, assumindo e expondo fortemente seu ponto de vista. Será uma forma de se mostrar como um deles (os clientes).
A grande ressalva aqui é que esse processo não pode ser expresso em único anúncio ou campanha isolada, mas, isso sim, um posicionamento autêntico, que permeie todas as atitudes da marca ou empresa.
5- “A TV renovará suas forças perante canais digitais”. Um fator que influencia a decisão de marcas de investir na TV – ou não – desde a consolidação da internet é o grande contraste entre a análise de TV e os dados obtidos nos canais digitais.
Os últimos anos, porém, viram surgir padrões unificados de visibilidade na TV. 2019 é o ano em que veremos exemplos reais desses padrões em ação. Isso fará com que a TV ultrapasse um amplo entendimento de desempenho baseado na audiência e a coloque em posição de influenciar a maneira pela qual os canais digitais são medidos pela primeira vez.
Essa mudança na maneira como entendemos a influência da TV junto ao público permitirá que os anunciantes se engajem nos mesmos tipos de estratégias em tempo real que fazem nos canais digitais. Tem mais tendências no report da Forbes, mas o nosso espaço aqui é finito.
Prometo continuar a série na semana que vem. Só como spoiler ou teaser: vem aí: Convergência entre Social, Digital e TV; Accountabiility; Análise de emoções; Todo mundo é de marketing; Questões de credibilidade; Marketing voltando ao basics… E muito mais! Acompanhe os próximos capítulos.
Alexis Thuller Pagliarini é superintendente da Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda) (alexis@fenapro.org.br)