Saiba quais lições da cultura sul-coreana a Cheil divide com a publicidade brasileira
Agência fundada na Coreia do Sul em 1973 opera há duas décadas no mercado brasileiro de propaganda, com foco em resiliência e eficácia nos negócios
A Cheil foi criada por Lee Byung-Chul, fundador da Samsung, na Coreia do Sul, em 1973. De house agency da maior companhia de eletroeletrônicos do mundo, a “número 1” - significado no nome Cheil em coreano - ganhou vida própria, e hoje possui 45 escritórios no mundo, que totalizam 6,5 mil colaboradores.
No Brasil há 20 anos, a operação comandada pela chief operation officer (COO) Tatiana Pacheco acolhe um total de 400 profissionais empenhados em fazer da ousadia e da inovação os combustíveis para novas soluções de marketing.
“A nossa atuação vai além da assinatura Creative technology. Agregamos inteligência para nos conectarmos ao negócio do cliente, com modelos próprios e velocidade. Tenho um mix, de uma house combinada com o lado criativo”, define Tatiana, que enxerga na Cheil a possibilidade de entregar uma comunicação verdadeiramente integrada. “Isso sempre me desafiou”, lembra.
Ativação, eventos, games, live shopping, estúdio 3D e varejo - da construção de loja e material de ponto de venda ao treinamento de vendedores - agitam a rotina de trabalho para além de projetos convencionais, assinados por uma equipe movida a resiliência. Jornadas cada vez mais integradas utilizam automação de marketing para garantir resultados aos clientes. “É uma capacidade única de entrega”, defende Tatiana.
Cultura sul-coreana
Nos últimos três anos, a agência trabalhou para integrar as disciplinas à prática, e a meta é consolidar essa estratégia em 2024. A cultura sul-coreana ajuda na empreitada rumo à eficiência do negócio. Há um ano, a agência não tinha estrutura de produção 3D. Hoje, conta com um estúdio completo.
O mesmo ocorreu com a montagem de uma operação-proprietária de live shopping. “A gente vai implementando novas frentes de acordo com a necessidade de negócio dos clientes, transcendendo a demanda que vem só de comunicação”, pontua Tatiana.
O aprendizado é de eficácia. Começa com a identificação de uma oportunidade colocada em prática, testada e posteriormente aprimorada. “O sul-coreano é incansável na busca por melhorias, não porque o projeto está ruim, e, sim, porque eles estão sempre abertos a novas soluções, postura já enraizada na operação brasileira”, garante Tatiana.
A resiliência é uma das principais características intrínsecas à equipe da Cheil, que cuida para assegurar um ambiente sadio, favorável à inovação e ao desenvolvimento de talentos.
Gestão
O modelo de atuação combina contato humano, integração e eficiência com a liberdade de trabalhar a distância quando necessário. Em julho, a agência se mudou da Vila Olímpia para a Chácara Santo Antônio, bairro da Zona Sul de São Paulo.
“Agora, estamos no mesmo andar, em um espaço com capacidade para quase 200 pessoas em esquema rotativo. É menos a estrutura dividida por área e mais sobre o perfil de balcão”, compara Tatiana Pacheco. O formato de trabalho é híbrido, com rodízio alternado entre alguns departamentos. As lideranças trabalham de forma presencial diariamente.
A integração ganha importância ao acomodar os interesses e apontar o desenvolvimento das novas gerações. “Os jovens aprenderam a trabalhar muito bem sozinhos, mas ainda precisam entender a atuar em equipe. Essa colaboração, o sentimento de pertencer a um grupo, precisa ser aprimorado entre os jovens”, indica Tatiana.
Fomentar a liderança feminina é outra frente de gestão do trabalho. “Há muitos estereótipos preconceituosos colados à imagem do sul-coreano. Mas não tem nada que eu tenha pedido nos últimos três anos que eles não tenham atendido”, confessa a COO da agência.