Santa Fine Art atua como curadora

Chegou à 10ª edição a Santa Fine Art, revista editada pela Cerebelo Editora Artes, do Rio de Janeiro. Seu publisher, Sergio Maurício, diz que o projeto nasceu do seu desejo de criar uma publicação comprometida com o que ele chama de “estado da arte” – algo que ele define como o ideal platônico de alcançar a perfeição.

Sergio é designer e já atuou como curador – foi, por exemplo, curador da primeira mostra de arte digital do Museu Nacional de Belas Artes e fez parte de um grupo multimídia chamado Rádio Novela. Ele assina, entre outros trabalhos, o desenvolvimento da marca Spoleto e foi responsável, durante sete anos, pelos ensaios de moda da Ateen.

“O que sempre me norteou foi o estado da arte. Quando trabalhei com moda, usei as melhores modelos, os melhores fotógrafos, locações incríveis. Tudo se materializava em catálogos que eram verdadeiros livros fine art de fotografia”, conta. Foi nessa busca pela perfeição que conheceu a Santa, uma gráfica nordestina que existia há 40 anos e era referência de qualidade na região, mas queria “vencer o preconceito” do Sudeste.

“Entre Rio e São Paulo ninguém acreditava que pudesse haver uma gráfica de excelência no Nordeste. Tive a ideia de fazer com eles uma publicação fina, em grande formato, um objeto editorial memorável, que mesclasse fotografia e artes plásticas. Não havia nada assim no mercado brasileiro. Criei a Cerebelo Artes Branding, peguei um avião e fiz uma proposta ao dono da gráfica nordestina. Eu seria dono da revista, a gráfica entrava sem cobrar pela impressão até seu oitavo número. Dali para frente eu seguiria sozinho”, relata.

Segundo ele, a gráfica transformou-se em referência, disputada por artistas e fotógrafos. Já a revista apresenta um olhar para a arte contemporânea. “Propomos um olhar livre de preconceitos e que acredita que artes visuais englobam fotografia e artes plásticas, e que arte é um patrimônio que nos pertence, independentemente do lugar geográfico onde foi criada.”

A revista celebra tanto artistas bem cotados internacionalmente quanto desconhecidos. Sergio explica que a revista atualmente se paga e dá algum lucro, e que o projeto está inscrito na Lei Rouanet, tentando captar R$ 1,1 milhão para sair da “zona de desconforto”. “Santa nasceu na hora certa porque vivemos um excelente momento de boom na arte contemporânea no Brasil.” Entre os anunciantes atuais estão principalmente galerias de arte, centros culturais e instituições voltadas para cultura e arte.