SapientNitro busca boas histórias, sem deixar tecnologia
Boas histórias são a intersecção da tecnologia com a comunicação e trabalhar neste espaço é o objetivo da SapientNitro. “Boas histórias sem tecnologia não são nada porque dependem dela para impactar o consumidor de forma significativa. Também não adianta ter mensagens maravilhosas se, na hora que o consumidor tem de interagir com a marca, seja pelo produto ou serviço, a experiência é ruim”, explica Raffael Mastrocola, diretor-geral da SapientNitro.
Mastrocola: “não adianta ter mensagens maravilhosas se, na hora que o consumidor tem de interagir com a marca, a experiência é ruim”
A agência começou o ano com novidades no organograma. Em janeiro, o então CCO Marcelo Tripoli anunciou a saída da agência, três anos após a SapientNitro ter adquirido mais de 80% das ações da iThink, fundada por Tripoli. “Ele fechou um ciclo”, diz Mastrocola.
A operação brasileira trabalha em parceria com o resto do mundo. Dentro do Publicis Groupe, a quem pertence desde novembro de 2014, a Sapient tem grande importância. “Hoje a Sapient representa praticamente um terço do faturamento do grupo”, fala o executivo. São 14 mil colaboradores no mundo todo, sendo 70 pessoas no Brasil. “Não importa onde o cliente se conecte com a gente, essas 14 mil pessoas trabalham para ele. Isso é eficiência. Tanto faz se ele está pagando aqui, na China ou na Rússia, ou se meu custo está indo para os Estados Unidos. Eu consigo trabalhar de forma integrada, trazendo conhecimento e eficiência”, afirma o diretor-geral.
Atualmente a SapientNitro atende 15 clientes, incluindo Vivo, Sony Celulares, Nissan e Mondelez. “Construímos grandes cases com Mondelez. O Voice Cooking para Philadelphia é um bom exemplo. Ele respondeu a um problema de negócio dentro de uma estratégia muito maior”, fala Mastrocola. O app, que permite às pessoas que interajam por voz com as receitas enquanto cozinham, ajudou a tornar o ingrediente mais conhecido no país.
Outro case de destaque criado pela agência é o Sony Guru, uma plataforma digital para demonstrar ao vivo os celulares da marca. “Era quase um test drive. Descobrimos que os consumidores tinham conhecimento sobre o produto, mas tinham dúvidas”, explica Mastrocola. Para demonstrar o dispositivo à prova d’água, por exemplo, o atendente colocava o produto dentro de um aquário cheio.
O executivo lembra que o digital está transformando o mundo da comunicação. “Os grandes ícones, a ideia só pela ideia, não servem mais com a complexidade da comunicação. Não que uma boa ideia não continue sendo importante – no nosso mercado, a criatividade é a base de tudo -, mas existem outros componentes”, conta Mastrocola. “A indústria da comunicação está passando por uma reconstrução de relacionamento. Como a agência se relaciona com clientes, com a tecnologia, com os fornecedores, com as associações etc.?”, observa Mastrocola.
Reinventar-se é parte do trabalho. “Eu costumo dizer que o que trouxe a gente até aqui não é o que vai nos levar para a frente. Não é porque fazia assim em 2015 que vamos fazer igual em 2016. Não vai dar certo. O mercado de publicidade é cruel”, afirma.