Satoshi Nakamoto
O que possui mais valor é o que nos falta. E o bem mais escasso hoje em dia no mundo tem sido a realidade.
Vacina funciona? Máscara salva? Devastação ambiental existe? Aquecimento global é uma farsa?
Sequestraram a realidade. E o resgate pedido é alto demais: milhares de mortes evitáveis na pandemia, refugiados, risco à democracia, planeta com febre alta etc.
Talvez não tenhamos leis e tribunais rápidos e bons o suficiente para punir quem leva vantagem financeira ou política com a invenção de realidades que levam as pessoas ao delírio e o mundo ao caos. Tim Jones era amador perto do que se faz hoje.
Enquanto esse fenômeno gerar poder e riqueza vai ser difícil combater. Mas veja, a tecnologia consegue coisas incríveis!
Satoshi Nakamoto, por exemplo. Satoshi Nakamoto criou a primeira criptomoeda, o bitcoin. Mas antes criou Satoshi Nakamoto. Um personagem envolto em mistérios que começou o critério das criptomoedas em 2007 e lançou o bitcoin em 2012. Hoje ninguém sabe ainda quem é Satoshi, mas todos têm certeza de uma coisa: ninguém duvida que 1 bitcoin não seja realmente 1 bitcoin. Mais, não passa pela cabeça de ninguém que 1/4 de bitcoin não seja realmente 1/4 de bitcoin.
Então, por que as pessoas duvidam de vacinas em plena pandemia, por exemplo? O bitcoin é auditável. Complicadamente simples, mas auditável. E se aditássemos a realidade?
O bitcoin, baseado no blockchain (alguém vai explicar isso melhor do eu), é uma moeda lastreada por uma sequência de zeros e uns, que possui valor real impossível de hackear. Mas que existe só num campo eletroimaginário. A realidade é assim também. Ela em si não existiria sem o cérebro das pessoas, o coletivo ou a consciência coletiva. Assim como a realidade do bitcoin existe no coletivo anônimo, a realidade da vida também pode seguir o mesmo caminho no pensamento coletivo.
Ou seja, o bitcoin não é uma questão de opinião. De realidade líquida. Ou quântica. Trata-se do digital com valor real. E se isso acontece com bits, por que não com fatos? E com jornalismo? E com identidades de quem publica as notícias?
Uma pessoa tem tanto poder e audiência quanto o The New York Times. Então deveria ter a mesma responsabilidade sobre o que publica. Talvez o custo do número de advogados do NYTimes inibisse um pouco o Tiozão do WhatsApp.
Todos falam sobre o NFT nas artes, música etc. Mas o NFT pode revolucionar mesmo a realidade. A identidade de uma pessoa. E se fosse impossível de publicar sem o seu ID de NFT? Eu publicaria e vc?
O delírio Orweliano que vivemos precisa de uma atenção especial e esse princípio do Satoshi pode ajudar. Bem, experimente fraudar o mercado financeiro para ver o que acontece. A punição é veloz e pungente.
Satoshi é uma invenção e justamente um personagem imaginário pode ser o caminho para trazer de volta o valor da realidade, que se tornou o bem mais precioso para o futuro das próximas gerações.
Flavio Waiteman é CCO-fundador da Tech and Soul (flavio.waiteman@techandsoul.com.br)