SBT lança portal interativo para TV digital
O SBT lançou nesta terça-feira (13) o primeiro portal interativo para TVs digitais. Desenvolvido em três plataformas – uma exclusiva da Sony, uma de “Blue Chip”, como o Google TV, e outra, Ginga, disponível também em outras marcas – o portal traz para o aparelho televisor todas as outras “distrações” que precisam ser consumidas pelo espectador: notícias em tempo real, previsão do tempo e do trânsito, loja virtual, informação e bastidores sobre a grade de programação e participação do público por meio de enquete, quiz e pela redes sociais.
A iniciativa faz parte de uma reformulação de identidade do canal e do planejamento para “estar presente nos próximos 30 anos”, segundo o diretor de rede e assuntos regulatórios do SBT, Roberto Franco, que faz alusão à idade atual da emissora – que completou três décadas em 2011. A plataforma chega para atingir as duas pontas do conceito de “cauda longa” de marketing, de Chris Anderson. Além da comunicação massiva por meio da programação normal do canal, o SBT também atingirá os interesses mais específicos das pessoas.
Segundo Franco, a emissora quer estar presente em todos os lugares, todos os momentos e todas as telas, e a TV digital tem um enorme potencial para novos negócios. “Queremos integrar as plataformas que concorrem com a televisão pela atenção dos consumidores”, diz o executivo. De fato, enquanto apresentavam a plataforma ao mercado, a programação matutina do canal dividia a atenção com as inovações tecnológicas mostradas.
“A TV ainda é o meio de informação mais fácil e não exige dedicação completa do espectador, permitindo que este faça outras coisas ao mesmo tempo”, ressalta Roberto Franco, que também diz que a facilidade operacional é fundamental para o projeto: para utilizar o portal, são necessários apenas alguns botões do controle remoto. “A ideia é manter algo simples, seguindo o conceito “Kiss” (Keep it simple, stupid!)”, brinca Franco.
Plano de mídia aberto
O novo portal interativo também servirá para aumentar a receita de publicidade da empresa. Segundo o diretor comercial e de marketing Glen Valente, ainda não há um plano de mídia engessado, com valores e formatos definidos. “O mercado está crescendo e exige este tipo de investimento. Em 2012 nós teremos metas específicas para cada plataforma e trabalharemos forte em outros conteúdos além da TV aberta”, diz Valente, que também convidou as agências digitais e os próprios clientes para definir como acontecerão os novos negócios.
“O modelo de negócios da TV aberta – com comercial de 30 segundos, breaks a cada atração, etc – demorou 50 anos para se consolidar, ele não nasceu pronto. Então, este modelo de portal interativo também está em construção. Nossa tarefa é convidar a todos a nos ajudar a formar este novo modelo de negócios”, complementa Roberto Franco. No entanto, ainda pesa contra o SBT a falta de uma tecnologia para medir a audiência do portal interativo, além da audiência comum do Ibope.
por Felipe Collins Figueiredo