Sou uma pessoa de palavras. Em um mundo visual, amo a liberdade das palavras. 

Porque me permitem imaginar.

O imaterialismo, a possibilidade da interpretação, o tom com que são ditas, lidas, captadas e compreendidas por nossas sinapses são a segunda forma mais simples, verdadeira e não intelectual de emoção, logo depois do sentir.

Palavras definem atos e atos definem pessoas.

O que me inspira são pessoas, seus atos e as palavras que, em um ciclo fechado, as definem.
Amo a coragem.

Por isso me inspiro em todas as pessoas que têm a coragem de ir contra o estabelecido, a complacência, a forma fácil, o medo do novo, o desejo do garantido, a segurança que cobra o preço das convicções e impõe o silêncio falso de quem acha que tem algo a perder.

Amo a originalidade.

Por isso me inspiro nas pessoas que buscam o novo, que investem seu tempo, intelecto, coração e alma para construir algo antes nunca tentado.

Que aceitam o desafio suave de contar uma nova história para ouvidos ainda virgens, que têm a delicadeza e a paciência de contar e recontar esta mesma história, porque ela representa mais do que uma narrativa, mas uma nova convicção.

Amo a tenacidade. Por isso me inspiro em pessoas que continuam, que não param diante da primeira pedra no caminho ou do primeiro “não”.

A pedra você contorna, o “não” você acolhe como aprendizado e transforma em incentivo.

O mais importante: vá em frente. “Move on” é a forma mais nobre de dignificar o seu tempo e o seu esforço. Com tenacidade, você chega lá.

Amo o amor. Por isso me inspiro em pessoas que têm a segurança de amar de verdade.

Por mais sem sentido que pareça, amar o outro é um exercício de desprendimento e de se deixar levar.

Quem ama se doa ao outro – e se doar ao outro é sair de sua zona de conforto, de seu ponto de equilíbrio.

Quem dá amor recebe amor.

Amo acreditar.

Por isso me inspiro em pessoas que têm a humanidade de acreditar.

Em alguma coisa, em uma história, em uma fé, em um futuro, em uma ideia e, o mais importante, em outras pessoas.

Em tempos de distanciamento digital, acreditarmos uns nos outros nos torna mais fortes.

Amo a empatia.

Por isso me inspiro em pessoas que a todo o tempo nos dão lições de como nos colocarmos no lugar do outro nos faz, de fato, diferentes das outras espécies. D.H. Lawrence tem uma frase famosa que começa assim: “Eu nunca vi um animal selvagem sentir pena de si mesmo”.

Verdade.

Mas se temos a coragem, a capacidade de pensarmos de forma original, a tenacidade para resolver problemas, o amor pelos outros e a capacidade de acreditar, temos a possibilidade de ir além da pena: a obrigação de nos ajudar.

Rodrigo Cerveira é CSO da Z515