Segmento de beleza masculina tem potencial de crescimento no Brasil
Para 63% dos homens, cuidar da beleza e do corpo não é coisa só de mulher; 53% afirmaram não ter vergonha dos cuidados pessoais
Foi-se o tempo em que os cuidados com a pele, corpo e cabelo eram restritos ao público feminino. Com a sociedade mais amadurecida em relação aos inúmeros papéis do homem e questões relacionadas ao machismo mais debatidas, o segmento de perfumaria e cosméticos para o público masculino tem crescido no Brasil. É o que revelou a pesquisa da consultoria Croma Solutions.
Para 63% dos homens, cuidar da beleza e do corpo não é só coisa de mulher. Desses, 53% afirmam que se cuidam e não têm vergonha disso. A pesquisa Cosmentology ouviu mais de mil pessoas em todo o país para saber como é a relação dos homens com cosméticos e beleza e identificou uma mudança de comportamento nos últimos cinco anos. No estudo, produtos como perfumes (65%), shampoo e condicionadores (63%), cuidados com a barba (40%), cremes e loções para o corpo (30%) estão em alta demanda no mercado.
“Os hábitos mudaram e o homem está mais atento à necessidade de autocuidado, preocupando-se não somente com shampoo e sabonete, mas com outros produtos e fatores ligados à estética. O maior acesso às informações e as facilidades de comprar pela internet têm alavancado esses indicadores. O setor está entre os dez principais segmentos do varejo e o Brasil ocupa o 2º lugar para produtos masculinos,” contextualiza Edmar Bulla, CEO da Croma Solutions.
Os produtos e tratamentos mais simples e menos invasivos, voltados para o rosto (barba, cabelos e dentes) e mãos têm mais adesão do público. Nesse contexto, as barbearias foram repaginadas para atender o novo nicho.
“Influenciados pela exclusividade, pelos padrões de moda, artistas, celebridades e esportistas, a barba deixou de ser relacionada ao descuido para ser atrelada ao descolado, ao fashion. 40% dos entrevistados afirmaram que já usaram e vão continuar usando produtos para barba nos próximos 12 meses”, ressaltou Bulla.
Edmar Bulla: “O homem está mais atendo à necessidade de autocuidado”
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O estudo contemplou homens de todo o país, com idades entre 18 e 29 anos (34%), 30 e 39 anos (26%), 40 e 49 anos (21%) e 50 anos ou mais (20%), das classes ABC. A amostra verificou que 84% dos entrevistados são heterossexuais, 8% são homossexuais e 3% bissexuais. A pesquisa mapeou ainda que 39% do público passou a se preocupar com o tema beleza. 31% não se preocupava com o assunto e passou a se preocupar um pouco e 8% se preocupou muito nos últimos cinco anos.
Os homens mais velhos, com idade de 60 anos ou mais, mostram-se mais avessos em relação à beleza. 54% não se preocupavam com cosméticos e continuam não se preocupando, seguidos por 41% do público com idade entre 50 e 59 anos.