Seis dicas para criar uma marca ágil, forte e promissora
Fernando Leira
Imagine que você comprou um carro e, nos três primeiros meses, cuida dele como uma joia rara. Em seis, nem tanto. Um ano após a aquisição, resolve encostá-lo na garagem por causa dos custos de manutenção. Então decide vendê-lo e se assusta com o valor oferecido. É exatamente isso que acontece com uma marca quando ela se mantém parada às transformações do mercado: perde valor, ou, na pior das situações, fica encostada acumulando prejuízo.
Ficar parado é o oposto de agilidade e é aí que mora o perigo. Nos últimos anos, marcas famosas dobraram seu faturamento porque remaram contra a maré, mostraram flexibilidade à evolução do mercado e se adaptaram às novas transformações. Estou falando de marcas ágeis!
Recentemente a Landor, agência global de branding, lançou um estudo com as marcas mais ágeis do mundo. Por meio de uma pesquisa profunda com mais de 80 mil consumidores, análise de 5.200 marcas e de mais de 4 mil posts nas redes sociais, a Landor identificou Samsung, Android, Wikipedia, Google, Dyson, Apple, YouTube, Microsoft, Ikea e Disney como as dez marcas mais ágeis. Elas demonstraram os seis comportamentos que definem uma marca ágil e fazem as empresas terem sucesso e crescerem diante seus concorrentes. Listo abaixo:
1. Adaptável: marcas ágeis estão dispostas a mudar e a fazer isso rapidamente. A Ikea, empresa sueca especializada na venda de móveis domésticos de baixo custo, já havia conquistado o público jovem. No entanto, lançou uma coleção especial de “double-duty” – peças que ajudavam os moradores a maximizar os espaços de casa. Um sucesso!
2. Focada em princípios: significa procurar novas maneiras de entregar valor e garantir relevância. A Disney alcançou o sucesso por meio da imaginação. No entanto, na década de 1990 enfrentou dificuldades financeiras. Como estratégia, adquiriu a Pixar e a Marvel, renovando o portfólio de conteúdo, mas sem abandonar os seus princípios.
3. Aberta: marcas ágeis estão abertas a conversas e a novas ideias. Elas abrem as portas para a comunicação com clientes, funcionários, parceiros e sociedade para que tenham um relacionamento direto e ativo com o mercado. O Android, por exemplo, permite que os usuários personalizem seus dispositivos em um grau mais elevado que a Apple, fazendo jus ao slogan “Be together. Not the same”.
4. Responsável: no sentido de respeitar comunidades, meio ambiente, clientes e funcionários. Ações responsáveis solidificam conexões entre marca e consumidor. A Samsung, primeira colocada da lista, usou a tecnologia para melhorar a vida das pessoas com autismo. Criou o aplicativo “Look At Me” para desenvolver as habilidades de comunicação de crianças autistas, aprofundando as relações com aqueles ao seu redor.
5 . Global: todo negócio é um negócio global, independentemente do número de países em que a marca atua. Marcas ágeis devem estar aptas a aprender com o mercado global e garantir que sejam relevantes às necessidades locais.
6. Multicanal: marcas ágeis trabalham em todas as plataformas. O YouTube, sétimo colocado na lista, encontrou maneiras de estender seu conteúdo e lançou o YouTube Space para promover a produção de vídeos e a formação na área.
De uma maneira prática, isso significa que, para crescer ou mesmo sobreviver à concorrência, as marcas precisarão ser ágeis. O futuro pertence à agilidade e àquelas que conseguirem aplicá-la com propriedade estarão um passo à frente das outras. E será um passa largo.
Fernando Leira é general manager da Landor São Paulo