No fim do ano passado, não economizamos votos de um bom ano novo, mas nos esquecemos que 2021 marca também o início de uma nova década. Então vá lá: feliz década nova! Mas como será essa nova década que agora se inicia?

A necessidade de se lidar com as adversidades de 2020 nos levou a acelerar processos imaginados para os próximos anos – ou décadas. Há quem diga que se fez em 10 meses o que se previa fazer em 10 anos. Mas não devemos confundir necessidade imediata com visão de longo prazo.

Se queremos manter nossos negócios ou nosso trabalho, devemos levantar o olhar para além dos próximo 365 dias e mirar as tendências dessa nova década.

Com base em diversos estudos apresentados no Brasil e no exterior, me arrisco a destacar os 10 pontos que, na minha visão, deverão nortear os próximos 10 anos. Por um limite de espaço, vou expor os 10 pontos em duas etapas. Este artigo abordarei os 5 primeiros pontos. Vamos lá!

1- Criativismo. Espera-se mais ativismo nessa década, principalmente o ambiental. Pessoas e empresas deverão se engajar mais na luta por sustentabilidade e por uma sociedade mais justa e igualitária. Por minha conta, acrescentei o lado criativo nessa história. Ou seja: fazer um ativismo mais criativo, de menos confronto e polarização e de mais proposição.

2- Empregos, não; trabalho, sim! Sim, uma consolidação marcante dessa nova década (e das próximas) é o decréscimo do emprego com carteira assinada, que deverá dar lugar à remuneração por tarefas executadas.

3- Gen Z X Gen V. Você já se deu conta que os nascidos no novo milênio estão alcançando a maturidade em 2021? Essa tal Geração Z não se encanta com a inovação tecnológica constante; ela simplesmente vive essa inovação com a naturalidade de quem já nasceu com a internet consolidada e com um celular na mão.

Como lidar com essa geração? Em lado oposto, temos a Geração V, que tomei a liberdade de criar. Geração V é a geração dos vovôs e vovós. Com o aumento da expectativa de vida, temos de dar muita atenção aos sessentões e setentões, que agora não ficam mais arrastando chinelos pela casa.

Ao contrário, são grandes consumidores, com uma vida ativa e plena por muito mais tempo. Ambas essas gerações merecerão muita atenção!

4- High Tech X High Touch. Se, por um lado, esta década marcará um avanço tecnológico em ritmo nunca visto, por outro, crescerá a preocupação com as relações humanas e com a paz interior. O 5G e a internet das coisas permitirão uma sociedade ultraconectada.

Equipamentos vestíveis monitorarão nossa saúde (aliás já o fazem hoje, por intermédio dos smart whatches). Realidade virtual ou realidade aumentada já fazem parte das nossas vidas.

A comunicação virtual estará cada vez mais acessível e de qualidade crescente. Mas, junto com essa facilidade toda da alta tecnologia, vem a preocupação com as relações interpessoais e com o desejo de uma vida mais simples, sem intermediação de máquinas e telas.

Como contraponto a essa miscelânia tecnológica, muitos procurarão mais relações ao vivo, olho no olho. Procurarão comida menos processada, orgânica, natural. Cobrarão por igualdade e inclusão, exigindo mais respeito à diversidade. E cuidarão da mente e do espírito com mais intensidade.

5- (R)evolução político-social. Junto com o crescimento de uma migração desordenada e com crises econômicas, veio o recrudescimento da xenofobia e o reaparecimento de líderes governamentais com cacoetes fascistas.

Depois dessa época de trevas, prevê-se um renascimento, como aquele pós Idade Média, com um neoiluminismo e antropocentrismo, marcado por maior sensibilidade social e respeito ao ser humano, seja ele seu compatriota ou aquele que vive do outro lado do mundo.

Bem, aí foram os 5 pontos iniciais. Na próxima semana compartilharei aqui os 5 restantes. Boa década!

Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da Ampro – Associação de Marketing Promocional (alexis@ampro.com.br).