Sepex manda retirar outdoors do Bahamas

 

O Sepex-SP (Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo) notificou as três empresas veiculadoras dos outdoors que a Bahamas Hotel Club pagou para serem exibidos em rodovias de São Paulo, como Imigrantes, Castelo Branco e Bandeirantes. As peças começaram a ser veiculadas nas últimas semanas pela boate localizada em Moema, na zona sul da capital paulista, famosa por ser frequentada por garotas de programa e que foi fechada em 2007 por irregularidades e reaberta em setembro último acrescentando a palavra “Hotel” ao nome.

O diretor executivo do Sepex, José Roberto Fogaça, afirma que as peças começaram a ser retiradas na última terça-feira (6) e que esta é uma questão vergonhosa, pois a entidade não defende nem faz apologia, de forma alguma, à prostituição. “Não se pode dizer que a peça é ilícita, mas atenta à moral e à ética. Não é assim que gostaríamos que os consumidores vissem os nossos painéis. O sindicato, representando as empresas de mídia exterior, tem feito várias campanhas contra o crack, doação de sangue, ações de benefício público. É desse jeito que queremos ser lembrados”, destaca Fogaça.

O executivo diz que as empresas notificadas acataram a decisão do sindicato e lembra que muitas vezes as empresas veiculadoras não conhecem o teor dos painéis até eles serem montados. “Essa não é uma justificativa, mas as empresas recebem o material diretamente das agências e na maioria das vezes só quando a peça chega ao operacional que o conteúdo é conhecido”, conta Fogaça, afirmando que não sabe qual foi a agência envolvida na criação do outdoor.

A peça traz o título “Bahamas Hotel Club – Onde suas fantasias se tornam realidade” e mostra uma mulher bronzeada, de short provocativo e salto alto, agachada em frente a um homem de chuteiras e com o calção abaixado. O painel também exibe a foto de Oscar Maroni, que responde a processo por suspeita de incentivar a prostituição, identificando-o como “proprietário”.

Até o momento, não chegou nenhuma reclamação ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) pedindo a instauração de processo contra a peça. De olho nos turistas estrangeiros que virão a São Paulo para a Copa do Mundo, a Bahmas já fez algo parecido em 2003, durante o Grande Prêmio de Fórmula 1. A peça era bastante semelhante, com a foto de uma mulher e um homem que, no lugar do calção e chuteira, vestia um macacão abaixado. O outdoor exibia o título: “Bahamas Club – Isso que é Grande Prêmio”

Na ocasião, consumidores escreveram ao Conar protestando contra os termos do outdoor, considerando a peça “exemplo de indecência e humilhação da figura feminina”. O anunciante não apresentou defesa e o relator do Conar declarou sua concordância “em gênero, número e grau” com os queixosos e propôs sustação, presumindo que houve dolo por parte do anunciante, dada a ausência de defesa.