Setor atacadista cresce 53,3% no mercado de consumo
O setor atacadista distribuidor atingiu um faturamento de R$ 105,8 bilhões e apresentou aumento real de 6,5% e nominal de 10,3% em 2007, ante o faturamento do ano anterior. Os números são do Ranking ABAD/Nielsen 2008, divulgados nesta semana pela ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores).
O valor representa participação de 53,3% no mercado de consumo do varejo alimentar, que somou R$ 198,5 bilhões em 2007. Em 2006, a participação havia sido de 53,1%.
Para este ano, o setor espera que continuar crescendo. 96% dos empresários do atacado distribuidor esperam obter um crescimento no faturamento em 2008 e, para isso, apostam na parceria com novos fornecedores e na comercialização de novas categorias.
Os atacadistas distribuidores atendem 970 mil pontos-de-venda. Parte do aumento se deve porque, nos últimos anos, o setor direcionou a prestação de serviço ao pequeno e ao médio varejo. Segundo a Nielsen, 95% dos supermercados pequenos (de um a quatro ckeckouts) e 67% dos supermercados médios (de cinco a 19 checkouts) são abastecidos por empresas atacadistas distribuidoras.
O Ranking ABAD/Nielsen tem dados de 337 empresas, o que representa um aumento de 2,7% no número de empresas participantes ante o levantamento anterior, que teve 328 empresas. A mostra equivale a 29% do total de faturamento do setor, ou seja, as empresas listadas faturaram R$ 32,3 bilhões em 2007.
Entre as empresas pesquisadas, as do setor mercearil tiveram aumento de 10,6% na receita bruta, que foi de R$ 25,9 bilhões em 2007, ante R$ 22,6 bilhões no ano anterior. O setor farma teve o maior crescimento percentual de um ano para o outro, de 20,2%. A receita passou de R$ 3 bilhões para R$ 3,8 bilhões. Os distribuidores de material de construção cresceram 11,3% com faturamento de R$ 1,8 bilhão, contra R$ 1,6 bilhão em 2006.
As empresas ainda dão maior ênfase à venda de produtos mercearis, que representam 63,5% das vendas, contra 36,5% de produtos não-mercearis. No entanto, o índice teve redução em relação ao ano passado, quando era de 69,8%.
Segundo a Abad, a redução indica uma possível busca das empresas por aumento na diversidade de produtos comercializados. Tendência confirmada pelo crescimento das vendas de produtos das categorias de bebidas alcoólicas e de cosméticos.
As empresas que detém operação de distribuição e entrega ainda são maioria e passaram de 74,8% de participação no faturamento do setor em 2006 para 75,3% de participação em 2007. O auto-serviço apresentou uma pequena queda e passou de 22% em 2006 para 21% no ano passado. As atividades de balcão passaram de 2,5% da receita atacadista em 2006 para 2,9% em 2007. Os operadores logísticos e de vendas ficaram estáveis, em 0,5%.
Os atacadistas distribuidores apresentaram um incremento no faturamento de 12,9%. O faturamento dos atacadistas de entrega cresceu 12,6%. O atacado de auto-serviço (cash & carry) teve o menor crescimento no faturamento, que foi de 8,7%. Os atacadistas de balcão tiveram um crescimento de 13,6%, enquanto os operadores logísticos e de vendas foram os que apresentaram o maior crescimento no faturamento por modalidade, com 15,6% de variação de um ano para o outro.
Campeões
Em distribuição e entrega, o Martins (MG) continua na liderança com R$ 3,37 bilhões de faturamento em 2007, seguido pela Profarma (RJ) com R$ 2,6 bilhões e pela Tambasa (MG), com R$ 800 milhões.
No auto-serviço, o Makro (SP) é a maior empresa do País, com uma receita bruta de R$ 4,5 bilhões. No segundo lugar, aparece o Assai (SP), novidade no Ranking, com R$ 1,184 bilhão. Na terceira posição figura o Villefort (MG), com R$ 281 milhões.
O Carvalho Atacado (PI) é o líder na modalidade balcão, com um faturamento de R$ 157 milhões. O Rio Vermelho (GO) aparece na seqüência, com R$ 76 milhões em vendas. Logo depois em terceiro está o Zenilda Rebouças (BA), com R$ 74 milhões.
O Martins aparece como o líder na modalidade operação logística, com R$ 34 milhões faturados, seguida pela Distribuidora Muller (SC), com R$ 12,8 milhões e pela WDA Distribuidora (SP), com R$ 5,5 milhões.
Na operação de vendas, a Johncenter (RJ) teve uma receita de R$ 28,9 milhões e foi a primeira, seguida pela B&A (PB), com R$ 26,8 milhões. O Tozzo e Cia (SC), com R$ 20,7 milhões, foi o terceiro.
Estados
A liderança em receita continua com Minas Gerais, com 30,4% de participação na receita do setor, seguido por São Paulo e Rio de Janeiro, com 28% e 14,3%, respectivamente. As empresas dos estados de Goiás e do Rio Grande do Sul aparecem na seqüência e empatados, com 6,7% de participação na receita do setor.