Setor óptico surfa onda que transformou os óculos em acessório de moda e estilo
Marcas como Chilli Beans ampliam atuação, de olho em consumidores que buscam cuidar da visão sem deixar de lado a beleza e a tecnologia
O setor óptico vive um momento de contrastes. De um lado, o número de franquias segue em alta, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), que apontam avanço nas operações do segmento de saúde, beleza e bem-estar, no qual o varejo óptico se insere. Entre as redes com maior presença nacional, em ordem decrescente, Óticas Carol, Chilli Beans e Óticas Diniz figuram entre as 15 maiores do país, somando mais de 3,8 mil unidades.
Na avaliação de Claudia Vobeto, diretora da comissão de saúde, beleza e bem-estar da ABF, o desempenho das franquias ópticas confirma a força do modelo. “O segmento apresentou um resultado positivo no primeiro semestre, crescendo 3,23% em número de marcas e 4,77% em unidades (em comparação ao primeiro semestre de 2024)”, revela.
Segundo a diretora, esse avanço reflete a consolidação das óticas como um serviço essencial, associado tanto à saúde visual quanto ao consumo de produtos de moda e lifestyle. “A estrutura e a credibilidade do sistema de franquias têm ajudado o segmento a expandir de forma consistente, com padronização de atendimento, suporte técnico e uso de tecnologia para gestão e relacionamento com o cliente”, completa.
Entre os fatores que puxam o crescimento, Claudia destaca a interiorização das operações. “A expansão para cidades médias e pequenas tem sido uma alavanca de crescimento relevante. São regiões com grande potencial de consumo e ainda com espaços disponíveis para marcas com operação estruturada e reconhecida. As franquias, por sua natureza, conseguem chegar a esses mercados com eficiência, oferecendo padrão de qualidade e segurança ao consumidor local”, diz.
Apesar do bom desempenho do franchising, a Associação Brasileira das Indústrias Ópticas (Abióptica) revisou para baixo suas projeções econômicas para 2025. O faturamento de agosto somou R$ 2,242 bilhões, uma queda de 7% em relação a julho, o que levou a entidade a ajustar a previsão de crescimento anual de 7,2% para 5%. Ainda assim, a expectativa da diretora-executiva Ambra Nobre Sinkoc é de melhora até o fim do ano, sustentada pelo comportamento sazonal do consumo. “Tradicionalmente, o segundo semestre apresenta um desempenho mais aquecido do que o primeiro”. Ela analisa que, no momento, “o consumidor está adiando a decisão de realizar gastos fora de sua rotina, como cuidar de sua saúde visual. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 35 milhões de pessoas com alguma deficiência visual”.
O setor emprega cerca de 180 mil pessoas e reúne mais de 71 mil pontos de venda no país, movimentando R$ 27 bilhões em 2024, segundo a Abióptica. Um levantamento conduzido pela entidade, em parceria com a InRoots e a ESPM, mostra que o índice de satisfação do consumidor em agosto com o varejo óptico é de 91,87%, com destaque para o atendimento, citado em mais de 70% das menções positivas nas redes e sites de avaliação, nesse mês deste ano. “A qualidade do atendimento e do pós-venda continua sendo o principal fator de satisfação no varejo óptico”, aponta o relatório.
Leia a matéria completa na edição do propmark de 13 de outubro de 2025