Shutterstock quer crescer no país

 

Jon Oringer fundou o banco de imagens Shutterstock em 2003, em Nova York, após buscar fotografias pela internet e achar os modelos de negócio existentes complicados e caros demais. Oringer, que é engenheiro e fotógrafo, disponibilizou 30 mil imagens de sua própria autoria e desenhou uma empresa que oferecia opções de fotografias livres de royalties, que podiam ser adquiridas rapidamente e com licenças simplificadas. Dez anos depois, o Shutterstock é uma empresa com valor de mercado de US$ 1,5 bilhão, tem 175 funcionários e mais de 40 mil colaboradores no mundo todo.

A empresa cresce a uma média de 30% ao ano em receita desde 2010 e volta seus olhos para a América Latina. “A região está evoluindo mais rápido que outros mercados. No Brasil, nossa receita está crescendo a um percentual maior que o da companhia como um todo”, afirma.

O executivo esteve no país na semana passada para lançar duas novas ferramentas e encontrar-se com fotógrafos brasileiros. O Shutterstock tem cerca de 300 colaboradores no Brasil, o que representa 90% do total de fotógrafos que possui na América Latina, e quer aumentar o número de imagens produzidas localmente. “Mais conteúdo atrai mais compradores”, resume ele, que tem como clientes publishers e agências de mídia. “Precisamos construir mais conteúdo local e essa é uma das nossas metas principais”, enfatiza.

Uma das estratégias será construir um programa de embaixadores do Shutterstock para aumentar o número de contribuições. A empresa colocou Nelson Martinez, que foi diretor de vendas e de esporte para a América Latina na Getty Images, entre 2004 e 2012, para desenvolver o negócio localmente e montou um time de profissionais do país em seu escritório em Nova York. As duas novas ferramentas que ele apresentou semana passada são a Offset, um acervo com portfólios sofisticados nas áreas de lifestyle, gastronomia, viagem e moda, e a Spectrum, que permite ao usuário selecionar fotografias de uma localidade pela faixa de cor.

De acordo com o CEO, os dois lançamentos foram possíveis pelo casamento de inteligência de dados com uma imensa quantidade de informações coletadas pela companhia nos últimos anos com seu acervo de mais de 25 milhões de imagens. “E nós ainda nem arranhamos a superfície”, indica Oringer, que tem mestrado em Ciências da Computação pela Columbia University, sobre como explorar o volume de dados da empresa. Hoje, 40% da companhia é formada por engenheiros que atuam na área de produto, um time de 90 pessoas. “Somos obcecados por dados”, resume Meagan Kirkpatrick, diretora-global de comunicação do Shutterstock.

Outro movimento da Shutterstock é na área de vídeo. A empresa tem opções de vídeos com duração que varia de 60 segundos a dois minutos e vê no crescimento de smartphones de alta performance uma possibilidade de criar um enorme acervo. A companhia está em 150 países e abriu capital na bolsa de Nasdaq (EUA), em outubro do ano passado. Em 2012, a empresa registrou faturamento de US$ 169,6 milhões, um volume 41% maior do que o verificado no ano anterior.