Simon Cook reconhece que Cannes 'falhou' na seleção dos jurados brasileiros
A declaração do CEO foi dada em resposta ao movimento liderado pelo coletivo Papel & Caneta, que lançou uma carta-manifesto e pediu que os profissionais do mercado pressionassem o executivo
O Festival de Criatividade de Cannes admitiu que falhou na seleção dos jurados brasileiros. A declaração foi dada por Simon Cook, CEO do festival, em resposta ao movimento liderado pelo coletivo Papel & Caneta, que lançou uma carta-manifesto e pediu que os profissionais do mercado pressionassem o executivo sobre a falta de representatividade entre os jurados brasileiros.
Entre os 23 brasileiros, considerando jurados e presidentes de júri, há apenas um profissional negro, Angerson Vieira, ECD da Africa. Antes, em resposta ao PROPMARK, a organização havia dito que a composição dos jurados refletia a indústria.
"Estamos comprometidos em ter júris mais representativos - mas ainda estamos longe de onde queremos estar. Este ano, falhamos na seleção de jurados no Brasil", declarou o executivo, reconhecendo que o festival precisa fazer mais em cada país.
Segundo ele, o júri de shorlist, que deve ser apresentado na próxima semana, terá mais presentatividade globalmente e "e em nível local, principalmente no Brasil".
Na resposta, Cook se justifica dizendo que os esforços do festival têm sido direcionados à inclusão e representação em nível global. Segundo o executivo, a representação de negros saiu de 8% em 2021 para 13% neste ano e "pessoas de cor" (não-brancas), de 37% para 47%.
"Avançando, nos comprometemos a revisar nossos critérios, aumentar a transparência sobre a representação no país e garantir que os júris em nível de país sejam representativos da sociedade", complementa.
Veja a resposta na íntegra:
"Estamos comprometidos em ter júris mais representativos - mas ainda estamos longe de onde queremos estar. Este ano, falhamos na seleção de jurados no Brasil.
Reconheço sinceramente que há mais trabalho a ser feito em cada país. O júri de pré-seleção do Cannes Lions será anunciado na próxima semana e garantiremos uma melhor representação globalmente - e em nível local, principalmente no Brasil.
Até o momento, nossos esforços têm sido focados em inclusão e representação em nível global, com a representação de negros aumentando de 8% em 2021 para 13% este ano e pessoas de cor [não-brancas] aumentando de 37% para 47%. Estes são passos na direção certa em escala global.
Avançando, nos comprometemos a revisar nossos critérios, aumentar a transparência sobre a representação no país e garantir que os júris em nível de país sejam representativos da sociedade.
Gostaria de agradecer a você [Papel & Caneta] por me escrever e por aumentar a conscientização sobre essa importante questão. Estamos trabalhando para ver tudo o que fazemos através das lentes da diversidade, equidade e inclusão e estamos comprometidos em que nossos júris sejam mais representativos da sociedade, ano após ano."