Sinapro-SP lança livro comemorativo
O Sinapro-SP (Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de São Paulo) festeja suas sete décadas com o livro “Desafios e conquistas das agências de propaganda”, obra assinada por Antoninho Rossini e com lançamento oficial marcado para esta quinta-feira (31), quando a entidade reunirá representantes do mercado para comemoração, na capital paulista. Na ocasião, por sua contribuição e representatividade, Luiz Sales, Alex Periscinoto e Petrônio Corrêa serão homenageados.
Dividido em seis capítulos, o projeto é resultado de um ano de pesquisas e entrevistas. “Conversei com cerca de 15 pessoas fundamentais para a publicidade brasileira e consultei arquivos do Instituto Cultural Geraldo Alonso, do Centro de Documentação do Sinapro-SP, do Instituto Cultural ESPM, de publicações do setor e de jornais como Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, entre outros. A parte de pesquisa foi, sem dúvida, a mais difícil e a que mais consumiu tempo. Em muitos casos, por exemplo, precisei de autorização oficial para acessar os documentos históricos”, declara o autor.
Na apresentação que precede a retomada dos acontecimentos mais relevantes para o mercado nacional, Geraldo de Brito, presidente do sindicato, conta que a ideia de produzir o livro nasceu de uma das reuniões da diretoria, em outubro do ano passado. Da publicação participam nomes como Sales, Hiran Castello Branco, Antônio Lino Pinto e Saint’Clair de Vasconcelos, todos ex-presidentes do Sinapro-SP, além de Periscinoto, Dalton Pastore, Júlio Cosi Jr. e Roberto Corrêa, que assinam artigos. “Buscamos resgatar todos os momentos da propaganda brasileira, o que torna esse trabalho um documento imprescindível para a consolidação dessa atividade profissional como fundamental para a economia de mercado. Sem dúvida, uma não seria a mesma sem a outra”, diz Rossini.
Brito conta que o sindicato nasceu em função desse aumento da importância da publicidade no país. “É uma associação que veio para defender, sendo o espelho de tudo que acontecia à volta no setor.” Fundado em 1943, quando o mundo enfrentava a 2ª Guerra Mundial, o Sinapro-SP foi resultado da união de 12 agências com ideais em comum. Desde então, atua em três frentes: jurídica, financeira e educativa.
Rossini destaca quais, segundo ele, foram as iniciativas ou movimentos mais relevantes para a publicidade nacional nos últimos 70 anos: o advento do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), entre as décadas de 70 e 80, “que liberou a propaganda da interferência do governo”; o surgimento do Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão); e, nas últimas duas décadas, a evolução da tecnologia na comunicação. Sobre esta, Brito completa: “As agências estão aprendendo a diversificar suas receitas muito por conta do online. Agora, não basta apenas se preocupar em criar um comercial e colocar na TV, é necessário aprender a tirar proveito de várias fontes”.
O último capítulo de “Desafios e conquistas” faz uma análise dos anos de 1940 aos 2000, década a década, cada uma com seus destaques, como a televisão nos anos 50; o reconhecimento legal da propaganda brasileira como setor de atividade econômica, em 1965; as mudanças de hábito e o estreitamento da conexão entre a publicidade e a neurociência nos últimos anos. O livro também é rico em imagens, não apenas de representantes do setor, mas também de anúncios icônicos, com cuidadoso trabalho artístico.
Futuro
Rossini e Brito concordam que ainda há muitos desafios a serem superados além da proposta digital, como o novo tratamento dado às campanhas infantis e de bebidas e o desenvolvimento de um novo olhar financeiro por parte das agências. “É preciso ser mais empresa e menos publicitário. O aspecto financeiro deve ser uma preocupação crescente. Essa consciência já existe, mas é preciso ampliá-la”, afirma Brito. Ele ainda faz um pequeno balanço de 2013: “Como no ano passado, o crescimento final deve permanecer baixo. Se chegarmos a 3% ou 4%, já é motivo de comemoração. É um momento de análise. Os números dos últimos dois anos provam isso, fazendo com que as empresas, acostumadas a um crescimento médio de 9% ou 10%, saíssem da zona de conforto. O que sem dúvida se mantém é a máxima de que é preciso ser cada vez mais criativo”.