Uma agência com conceito de startup e que quer estudar e reformular todos os processos e modelos de negócio do cliente. Essa é a proposta da Burst, empreendimento de Maurício Conti e Gustavo Camargo. Com o slogan “The change agency”, ela pretende aliar a comunicação a uma série de outros serviços de inteligência e pode até trabalhar em parceria com as agências tradicionais de propaganda.
A atuação será majoritariamente digital, já que os dois sócios têm como background formação e atuação em engenharia e ciências da computação, antes de se voltarem para a comunicação. A Burst já atua com clientes como Ceratti e Oxford University, além da startup Geofusion.
A proposta é ir mais fundo em sua atuação e dar um passo “para dentro” do cliente, realizando não apenas serviços de comunicação, mas sim uma “oxigenação” completa. “Grandes anunciantes têm dificuldade de inovar o seu modelo de negócio, mas as startups fazem isso diariamente. Renovam e inovam para sobreviver em um mercado altamente concorrido, então criamos metodologia similar para anunciantes”, afirma Camargo, que se diz “chief transformation officer” da agência. “Temos que fazer uma mudança cultural no cliente, há uma modificação inicial e um trabalho de continuidade, pois o mercado vai evoluir”, diz.
Maurício Conti, CEO da Burst, vai além sobre o papel de sua empresa e da plataforma “Advertising as a service”, onde a propaganda é apenas parte do oferecido. “Hoje existe uma discussão se as agências de publicidade são relevantes ou se são commodities. Se ela não se envolver no modelo de negócio do cliente, vai perder cada vez mais a relevância”, comenta. “Hoje você entrega um anúncio e acabou, o trabalho das agências convencionais morre quando ele é veiculado. Precisamos atrelar o resultado da publicidade ao ciclo de vida do cliente como um todo”, explica.
Em relação aos processos da própria Burst, os sócios afirmam que ela não se baseia friamente em análise estatística de retorno de mídia, mas faz uma média científica – fruto de suas experiências anteriores de carreira. “A ideia é trazer metodologia startup nas empresas tradicionais.Temos uma herança de startup. Você planeja baseado em pesquisa e estatística. As pesquisas hoje mostram um retrato do passado e não conseguem captar uma resposta a uma nova proposição da marca. A metodologia que aplicamos é de desenvolvimento de mercado, em vez de estatística, que vai lá e tenta validar uma hipótese. Muda o approach e usa tecnologia e framework para pegar o que importa”, encerra Conti.