Star+ no Brasil completa estratégia para Disney crescer com streaming
As 24 horas de cada dia serão ainda mais disputadas a partir desta terça-feira (31), com a estreia do Star+, novo serviço de streaming de entretenimento geral e esportes da Disney no Brasil. A plataforma, que desembarca oficialmente hoje na América Latina, é complementar, mas independente, do serviço Disney+ na região.
Estão previstas estreias de séries de televisão e filmes dos estúdios de conteúdo da The Walt Disney Company, incluindo o Disney Television Studios, a FX, o 20th Century Studios, o Star Original Productions, a National Geographic Original Productions, além de reunir todo o esporte ao vivo da ESPN.
A estratégia global vem sendo trabalhada há bastante tempo e com particularidades. Enquanto Disney+ é global, o Star+ é única para América Latina. Nos Estados a plataforma correspondente é a Hulu, e na Europa o pilar de conteúdo para conteúdos, que chama Star, fica dentro do Disney+.
Mas então por que fazer diferente na América Latina? Juliana Oliveira, Head de Direct to Consumer, explica que a decisão diferenciada se baseia na força do conteúdo na região. “A partir do conteúdo para adultos, seja como general entertainment, seja com esportes sob a marca ESPN, essa combinação é forte o suficiente para termos uma plataforma independente. Acreditamos na complementariedade e na independência entre Star+ e Disney+. Temos uma proposta robusta e completa para falar com diferentes nichos”, diz.
É a partir dessa ideia de conteúdos complementares que a empresa criou o Combo+, oferta que combina as assinaturas individuais com um desconto de 25% no valor final.
Apesar do tamanho da Disney e de toda a sua força midiática, o movimento da empresa acontece num mercado já bem estabelecido com diversos players com apelo ao coração – e bolso – do consumidor.
Para se diferenciar da concorrência e se firmar no mercado já tão disputado no Brasil, a plataforma vai apostar na relevância de seu conteúdo e na amplitude proporcionada pelo digital, especialmente no esporte.
Danilo Campos, Head de Marketing Star+, comenta que além do desconto e de parcerias firmadas para facilitar as assinaturas no mercado brasileiro, a empresa tem como estratégia evidenciar a força de seu conteúdo. “Do ponto de vista do consumidor estamos vivendo a era de ouro, com muito conteúdo disponível e de qualidade. Nosso desafio é fazer as pessoas entenderem a nossa proposta de valor, o que temos de diferencial: reunimos séries, filmes, produções originais, comédias animadas e todo o esporte”, diz.
Dentro do universo do esporte, o Star+ pretender oferecer não só os conteúdos dos canais ESPN, mas muito além disso. “Temos coisas que não cabem na grade linear e que estarão no Star+. Isso de fato vai promover uma mudança e dar para o fã de esporte uma profundidade muito maior. O assistir onde, quando e como quiser será impulsionado. A diversidade de conteúdos esportivos que teremos é muito maior. No on demand não tem restrição de horas por dia”, cita Campos.
Para essa comunicação, que será endereçada com as particularidades de cada país, a empresa tem entre os parceiros no Brasil as agências David e Publicis. “Vamos aproveitar as sinergias da região, mas sempre localizando para Brasil. Por exemplo, para a estratégia geral de comunicação contamos com a David, na Argentina, mas também com escritórios regionais, como o Brasil. Aqui, planejamento e mídia trabalhamos com a Publicis. Ao mesmo tempo temos dentro de casa um grupo bastante especial de criativos para que a gente construa esses pilares”, explica.
Originais: no centro da estratégia
Mesmo com todas as propriedades consolidadas, algumas com décadas de história, parte essencial da estratégia de todos os streamings têm sido a produção de originais. E com o Star+ não seria diferente. Campos ressalta o compromisso de ter histórias que retratem a cultura e a temática locais. “Podem esperar um portfólio, com estrega gradual de conteúdos de com casting de bastante relevância local, com diversidade de gêneros e sobretudo pensando em histórias muito para o nosso país. E existe o desejo dessas histórias também transitarem em outros países da América Latina e do mundo”, sinaliza.
Já nos primeiros dias, Campos aponta a plataforma apresenta “Impuros 3”, em outubro estreia Insânia, no fim do ano tem “Não foi minha culpa”, baseado em casos reais de feminicídio, e “O rei da TV”, baseado na vida de Silvio Santos. Também estão nos planos retratar a vida da Maria Bonita e da cidade de Americana, por exemplo. “A gente acredita muito nesse pilar. No nosso pipeline temos 66 produções originais de Star+ só para a região. Somando com as que estão sendo feitas para Disney+ o número chega a 130. Sempre trazendo tópicos que são relevantes para o nosso mercado”, acrescenta Juliana.
Todo o conteúdo que for 100% da empresa, como as 32 temporadas de Simpsons, já estarão exclusivamente na plataforma. Os materiais que tiverem contratos vigentes com outros players devem entrar quando ao final dos acordos. “The Walking Dead passou por várias plataformas, mas a última temporada só estará em Star+. E também temos conteúdos de outros estúdios. É um mix de estratégias”, exemplifica Juliana. “O objetivo a médio prazo é que Star+ seja a casa de todo conteúdo dos estúdios da Disney. Vamos respeitar os contratos e a partir daí passamos a integrar os conteúdos”, complementa Campos.
Falando em projeções de mercado, Juliana cita um estudo deste ano que aponta a América Latina com 116 milhões de assinaturas SVOD até 2026, e o Brasil contribuindo com 44 milhões, seguido pelo México com 29 milhões. “É um mercado em plana expansão. Nós da Disney acreditamos que estamos muito bem posicionados, ainda mais agora com Star+, estamos consolidamos nossa presença no mercado de streaming. E tem muito oportunidade de crescimento, ainda não chegamos na maturação do mercado. Quem tem a ganhar com isso é o consumidor final.”