STF inclui Elon Musk como investigado no inquérito de milícias digitais
Dono do X fez uma série de críticas ao ministro Alexandre de Moraes ao longo do fim de semana
O fim de semana ficou marcado pelo embate entre o Supremo Tribunal Federal e o dono do X (antigo Twitter), Elon Musk. O ministro Alexandre de Moraes determinou a abertura de um inquérito contra Musk, após o bilionário ter afirmando que iria liberar contas que haviam sido suspensas por decisões judiciais.
Na determinação de Moraes, o ministro acrescentou que vai aplicar uma multa diária de R$ 100 mil por perfil desbloqueado caso a plataforma não respeite as medidas judiciais brasileiras. Além disso, Moraes também pediu a inclusão de Musk como investigado no inquérito das milícias digitais.
O embate começou ainda no sábado (6), quando o empresário repostou uma postagem feita pelo perfil da empresa, que afirmava que a plataforma "foi obrigada, por decisões judiciais, a bloquear contas populares no Brasil". Em sua postagem, Musk marcou o perfil de Alexandre de Moraes e questionou a decisão do STF.
Após isso, o empresário seguiu com críticas ao magistrado, afirmando que Moraes havia aplicado multas, ameaçado prender funcionários e bloquear o acesso da rede no país. Mesmo assim, Musk também afirmou que iria liberar os perfis bloqueados pela justiça nacional.
Musk ainda pediu a "renúncia ou impeachment" de Moraes, alegando que as exigências do ministro para a plataforma "violam a legislação brasileira". Em outro post, o bilionário chegou a questionar "o motivo de tanta censura no Brasil".
Como resposta, Moraes afirmou que o dono do X iniciou uma "campanha de desinformação" sobre a atuação da Suprema Corte e do Tribunal Superior Eleitoral e, de acordo com o ministro, instigou a “desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas, declarando, ainda, que a plataforma rescindirá o cumprimento das ordens emanadas da Justiça Brasileira relacionadas ao bloqueio de perfis criminosos e que espalham notícias fraudulentas”.
Com a repercussão do caso, os usuários da plataforma começaram a questionar o que aconteceria com a rede social no Brasil e, ainda no domingo (7) e antes da instalação do inquérito, o Uol noticiou que interlocutores de Moraes haviam buscado pela presidência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para falar sobre os procedimentos necessários para tirar o X do ar no país.