SXSW vai da Lua à Terra para deixar ensinamentos ao mercado

A solução mais simples é a melhor
Pronto para ficar com a cabeça na lua? Os astronautas Christina Koch e Reid Wiseman, ambos da National Aeronautics and Space Administration (Nasa), a agência espacial norte-americana, e Jeremy Hansen, da Canadian Space Agency, mostraram o quanto um “papo cabeça” pode elevar a mente para além de territórios inexplorados. Mediada por Courtney Beasley, da comunicação da Nasa, a conversa ocorreu durante a 39ª edição do South by Southwest (SXSW), festival de inovação realizado entre os dias 7 e 15 de março, em Austin, no Texas (EUA).
‘Meet the astronauts going to the moon with NASA’s Artemis II’ foi o nome da sessão que lotou um dos auditórios do Austin Convention Center, polo de conferências do evento. O piloto Victor Glover também participou, com mensagem enviada por vídeo. Os astronautas dividiram experiências vivenciadas durante o treinamento para a missão Artemis II, viagem tripulada de dez dias em torno da Lua que deve ocorrer em 2026, refazendo o caminho percorrido pelo programa Apollo, que levou o homem à Lua pela primeira vez em 1969. Depois de circular a Lua, a espaçonave Orion retornará à Terra para um pouso no Oceano Pacífico.
O nome da missão vem da mitologia grega. Ártemis é irmã gêmea de Apolo, deus grego do Sol - da profecia, da poesia, das artes, da música, da medicina e da justiça - e deusa da Lua. O objetivo é estudar sistemas críticos e desenvolver atividades científicas capazes de preparar as tripulações para futuras missões, entre elas a Artemis III, que pousará astronautas na Lua, além do ambicioso desejo de chegar a Marte.

Anunciada há dois anos, a tripulação treina para simular situações próximas da realidade. “Todo o avanço mostra a força da humanidade, mas aprendemos a lidar também com as nossas fraquezas”, testemunha o especialista de missão Jeremy Hansen. Em solo firme, no terreno da propaganda, não é diferente. Em um mundo cada vez mais complexo e tomado por telas, a ansiedade é outro desafio a ser superado. A especialista de missão Christina Koch aponta a necessidade de estratégias mentais para transformar a ansiedade em algo positivo - da missão à Lua ao projeto para um pitch de marca.
“O trabalho em equipe nos ajuda a enfrentar os nossos desafios e cenários adversos. Quando surge um problema, sabemos que podemos contar com o nosso time para tomar as decisões certas”, lembra Hansen. Ele deixa outra reflexão, que cai como uma luva para quem tem a criatividade como business: “A solução mais simples é a melhor”.
Embora envoltos em atribuições tão distintas dos publicitários, os astronautas compartilham histórias que ratificam a busca de estratégias com potencial para estreitar laços emocionais. O comandante Reid Wiseman, piloto do foguete, guarda uma girafa de pelúcia de sua filha. “Quando vejo o brinquedo flutuando, sinto o quanto a minha família está perto”, relata.
Já Christina Koch instiga o impulso de explorar novos terrenos. Sobre uma possível missão à Marte, a engenheira fala que “não há nada que impeça, mas há decisões difíceis a serem tomadas, e pessoas estão trabalhando para encontrar soluções”. E por que não adentrar em campos compatíveis com a marca, mas ainda não visitados? Coragem com os devidos cuidados formam uma combinação que pode elevar a marca a uma missão pioneira.
No espaço ou na terra da publicidade, outra aliada é a inteligência artificial. “É curioso pensar em suas aplicações. A mescla de humanos com robôs pode tornar as missões mais seguras e aumentar a assertividade de comandos”, exemplifica Christina. Ela cita ainda o potencial da tecnologia para dados.
Mas a importância da união entre as equipes é unânime. “Ser parte de um time”, como frisou Jeremy Hansen, foi o ponto central da sessão, e o seu principal ensinamento. Christina também adverte para a relevância de ter uma vida com propósito, tal qual como as marcas. “Quem eu sou não muda”, avisa. Reid Wiseman ainda alerta para a colaboração entre países. “O espaço não é a solução mágica para tudo, mas traz a oportunidade de colaborarmos juntos para encontrarmos soluções”, complementa Hansen.