TBWA assume relação definitiva com Lew'Lara

A primeira sociedade foi com Sérgio Graciotti, Alex Von Schonburg e Selma Navarro, em 1996. Um ano depois foi celebrado “casamento” com o publicitário José Zetune. O “divórcio” foi consolidado quando o namoro com a Cápsula, de Átila Francucci, virou coisa mais séria. Depois esfriou e a Grottera passou a ser sócia com 40% há quatro anos. Agora é a vez da Lew’Lara, agência que passa a ter 55% do seu controle da TBWA.
“Agora é definitivo. Não vamos nos separar mais. Tivemos uma série de erros no passado, mas chegou a hora de nos estabelecermos definitivamente. Pode escrever: o casamento com a Lew’Lara é definitivo. Conversamos há cerca de cinco anos e durante esse período cheguei à conclusão de que era o parceiro ideal. Certa vez disse para o Jean-Marie Dru, nosso CEO global, que o Brasil já tinha uma agência com a mentalidade do Disruption. Nos últimos meses intensificamos as conversas e chegamos a um acordo. O Luis Grottera fez um grande trabalho, mas concluímos que seria melhor para a TBWA uma nova relação”, afirmou Tom Carrol, presidente  da TBWA Worldwide, rede que conta com 258 escritórios em 75 países, integra a holding Omnicom e é a 6ª do mundo em faturamento e receitas.
A compra da Lew’Lara, que será finalizada em 2012 com a compra de mais 15% dos sócios Jaques Lewkowicz e Luiz Lara, é estratégica para a TBWA. O Brasil, segundo pesquisa coordenada pela consultoria Ernst & Young, é o 5º país mundo com recursos internos sólidos de consumo. Nessa linha de raciocínio, que não contempla o peso de moedas de internacionais, apenas o da local, o 1º lugar é dos Estados Unidos, seguido de China, Japão e Índia.
“Há uma mudança clara nos destinos de financiamentos. O Brasil demonstra solidez que não pode ser desprezada. Por isso estamos nos estruturando por aqui”, disse Jean-Marie Dru. “Nossos clientes internacionais, como a Absolut (off line), Adidas, Pedigree, Nissan, Apple Häagen-Dazs e Chivas Regal, começam a ser atendidas pela Lew’Lara TBWA a partir de janeiro de 2008. Uma série de outras marcas atendidas pela TBWA podem chegar após o processo de transição. A Procter & Gamble, por exemplo, é a mais nova integrante da carteira de negócios da TBWA nos Estado Unidos. “Estamos trabalhando com a marca Pure há cerca de meses. A Procter & Gamble é o maior anunciante do mundo e é uma honra estar na sua relação de fornecedores de comunicação. Estamos apenas na fase inicial. Não há planos de internacionalização, ainda. Quero frisar, porém, que a associação com a Lew’Lara não é para alinhamentos. Queremos a Lew’Lara de sempre: criativa, moderna e com muita energia para crescer. Somos a rede mais jovem e a que  mais cresce no mundo. A Lew’Lara é a maior agência de capital brasileiro. Temos muitas sinergias”, acrescentou.
Há perdas e ganhos no processo associativo entre a TBWA e a Lew’Lara. Com os alinhamentos, saem as contas da Kia Motors, substituída imediatamente pela Nissan, uma das principais contas da carteira da TBWA, e a Topper (São Paulo  Alpargatas), além da Nokia, desde 1996 com a Lew’Lara, agora na JWT Worldwide. “As contas que chegam garantem receita de R$ 15 milhões à Lew’Lara. Suprem em parte as saídas. Mas conquistamos recentemente a Minuano e a Gradiente. A Minuano, por exemplo, patrocina a novela “Duas Caras”, um orçamento mensal de R$ 8 milhões. TIM e Banco Real permanecem na nova operação. Para o Real, já fomos autorizados pela direção para alterar o slogan internacional “Fazendo mais do que o possível” para o antigo “O banco da sua vida”, criado pela Lew”lara”, disse Luiz Lara.

Media Arts
Para Jean-Marie Dru, a TBWA não é uma rede clássica, mas uma confederação de 258 agências. “Cada uma tem a sua personalidade. Não é a matriz em Nova York que dita, mas o contrário. Temos duas ferramentas importantes, o Disruption, para planejar ações mercadológicas de marcas, e o Media Arts, para planejamento e inteligência de mídia. Estamos cada vez mais pensando mídia com criação e tudo o mais. O comercial para o chocolate Snickers, fabricado pela Mars, teve audiência elevada no Super Bowl deste ano, a decisão da liga de futebol americano NFL (National Football League). Ali tem a media art impregnada: a audiência da televisão foi alta, em um dia foram registrados 13 milhões de acessos únicos na internet e recebeu acusação de estimular homossexualismo. É um comercial simples e de muito impacto. Gostamos de ver inteligência de mídia in house, mas a compra pode ser feita pelo OMD, empresa de mídia da Omnicom”, finalizou Tom Carrol.

Paulo Macedo