Tecnologia permite interação com os consumidores e personalização
A tecnologia trouxe grande impacto a diversos aspectos dos serviços de live marketing nos últimos anos e esse movimento tem se intensificado mais recentemente. Nesse sentido, diversas ferramentas se sobressaem como soluções que, se antes experimentais, agora se tornam onipresentes nos projetos de um setor que passou a oferecer uma comunicação mais personalizada e interativa aos consumidores.
Para mapear algumas dessas tecnologias, a agência Tudo criou um dossiê de tendências do live marketing após a participação de seus executivos em diversos eventos de inovação, entre eles a Event Tech, de Las Vegas. Entre as principais tendências que surgem como perspectiva para o futuro do setor, diz o documento, estão o reconhecimento de voz, o reconhecimento facial, inteligência artificial, wereables e drones.
A voz, por exemplo, será responsável por metade das interações digitais dentro de três anos, de acordo com o relatório, que cita dados da Comscore. Google assistente, Siri, Cortana, Alexa, Google Home e Amazon Echo como alguns exemplos de plataformas de reconhecimento de voz de grandes empresas. “Isso está transformando a forma como o público interage com os eventos, ativações e pontos de venda. A tecnologia já é onipresente no universo do live marketing e isso é um reflexo do novo comportamento do consumidor”, resume Gustavo Teixeira, diretor de planejamento da Tudo.
A realidade virtual vem transformando o setor; hoje já existem convenções inteiramente promovidas em VR
Ele também aponta como tecnologias relevantes a realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR), que estão ganhando força na realização de eventos. Já existem, inclusive, convenções inteiramente promovidas em VR. Teixeira ressalta ainda a inteligência artificial e os bots, que possibilitam criar uma grande plataforma de relacionamento de marcas e consumidores. “A inteligência artificial usa dados para deixar os eventos e ativações cada vez mais personalizados para o perfil de cada consumidor”, avalia. A agência aplicou tecnologia a diversos cases recentes, incluindo realidade virtual a um showroom para apresentar a Escola Concept de forma interativa aos pais, e uso de mind wave, que reconhece ondas cerebrais, para criar um desafio de Itaú aos hackers que participaram do evento de hacking Roadsec.
“Acredito que as tendências do live marketing sejam o uso de robôs, holografia e realidade virtual e aumentada. Itens como esses podem ser utilizados para interação e personalização de ações promocionais”, afirma Fernando Guntovitch, CEO da The Group, representante do Brasil no júri de Brand Experience & Activation no Festival de Cannes de 2018. Durante o evento, o profissional teve contato com diversos cases com uso de tecnologia, mostrando que essa tendência é inexorável no setor de live marketing. “As marcas têm a possibilidade de ouvirem o que seus consumidores pensam e têm a falar, propiciando, assim, um relacionamento mais próximo entre essas duas pontas, graças à tecnologia. Além disso, são possíveis ações mais focadas e personalizadas para o target, por meio de recursos como geolocalização e apps, por exemplo”, analisa.
Tecnologia de Mind Wave no case Itau Roadsec
Motivada pela tecnologia e com investimentos de R$ 1 milhão, a Bullet anunciou em junho uma joint venture com a Nexo, consultoria de inovação, com foco em projetos de inteligência artificial, blockchain, internet das coisas e machine learning. O objetivo, segundo a agência, é apresentar essas tecnologias como soluções ao segmento, que já discute as mesmas, mas ainda aplica pouco.
Algumas das ações da Bullet com uso de tecnologia foram a Fan Feat, de Coca-Cola, promoção que trouxe nove artistas nas embalagens do refrigerante, que fez uso de uma assistente virtual, e Compartilhe Essa Alegria, para Lacta, que teve um bot integrado com o sistema promocional, e o lançamento do novo Ecosport, da Ford, com realidade mista que apresentava as características do produto aos consumidores. “Antes das ações, usamos tecnologia para transformar informações não estruturadas em estratégias concretas. No nosso negócio, a interação do consumidor com a marca gera milhões de informações por segundo e quem melhor utilizá-las sai na frente”, afirma Fernando Figueiredo, CEO e senior partner da Bullet.
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