Thompson promove debate sobre drags na publicidade

Divulgação

Penelopy Jean, Mari G, Ikaro Kadoshi e Rita Von Hunty

Colaboradores da J. Walter Thompson Brasil reuniram-se na tarde desta quarta-feira, 20, na sede da agência em São Paulo, para a primeira edição do Thompson Talks.

Com o tema “Você acha que uma Drag Queen nunca representaria sua marca?”, o evento reuniu Ikaro Kadoshi, Penelopy Jean e Rita Von Hunty, apresentadoras do programa ‘Drag me as a Queen’, do canal E!, que terá sua segunda temporada exibida a partir de 18 de março.

Com a mediação de Mari G, PR, produtora de eventos e empresária, o debate abordou desde itens básicos, como “o que é drag?”, até chegar à realidade do mercado publicitário, com tópicos como “Com quem a drag fala?” e “Por que usar drags em campanhas?”

Para Rita, é importante ressaltar que drags são personas, e não estão relacionadas com gênero ou sexualidade “Uma das principais drags do Brasil, por exemplo, é Elke Maravilha, uma mulher heterosexual”, explica. A artista revela ainda que, atualmente, a maior parte de seus seguidores é composta por mulheres e pessoas acima dos 25 anos. “drags transformam todo tipo de conteúdo em arte, e a ideia que se tinha de que atingíamos apenas o público LGBT+ mais jovem já não se aplica mais”, completa.

Penelopy ressalta que a presença de drags em ações de marcas deve acontecer quando as empresas já possuem ou desejam promover projetos estruturados de apoio à diversidade, e não apenas para conquistarem o tão falado “Pink Money”. “Não somos chacota. Ser drag não é igual quando os homens se vestem de mulher no Carnaval como motivo de piada. A gente não está diminuindo o feminino, ao contrário. Nós estamos nos inspirando nos signos desse universo para elevar a figura das mulheres”, assegura.

Já na opinião de Ikaro, o mercado publicitário tem papel fundamental para normalizar e ampliar a presença das artistas na sociedade de forma geral, seja por meio de vídeos e anúncios, ativações ou mesmo nos eventos realizados. “Ser drag causa desconforto em quem acha que o masculino é melhor do que o feminino, porque eu me desfaço do meu privilégio de homem e me transformo exatamente naquilo o que é julgado como inferior. O futuro das drags está muito mais na mão do público e de quem se comunica com ele, do que nas nossas”, acredita.

No final de 2017, a JWT ganhou repercussão internacional com o projeto Coca-Cola FanFeat, que abriu votação popular para eleger os três entre nove cantores pré-selecionados que interpretariam juntos uma música criada para a marca. Um dos vencedores foi a drag queen Pabllo Vittar, que ao lado de Luan Santana e da dupla Simone e Simaria deu voz à canção ‘Hasta La Vista’.

A ideia da agência é que o Thompson Talks seja realizado mensalmente com convidados externos para abordar temas que já fazem parte das conversas sociais, mas que ainda não são amplamente familiares para toda a população.

Para saber mais sobre a relação das marcas com drag queens, confira a próxima edição impressa do PROPMARK, que será veiculada em 25 de fevereiro.