TNS Brasil tem nova área política e social
As empresas de pesquisa estão se aproximando muito mais de um modelo de negócios de consultoria e deixando de ser apenas produtoras de informações. Esse é o caso, por exemplo, da TNS Brasil (empresa do Grupo WPP). “O objetivo é ajudar a pensar nos negócios dos clientes”, afirma Paulo Cidade, líder da nova área de pesquisa política e social da TNS Brasil.
Os trabalhos desenvolvidos pela área visam subsidiar algum processo de decisão e vão muito além das pesquisas de opinião pública. Segundo o executivo, que também é professor de pesquisa e opinião pública na Escola de Comunicação e Artes – ECA/USP, uma das especialidades da TNS é trabalhar para governos e subsidiar políticas públicas. Os governos da França e Inglaterra, por exemplo, são clientes da TNS. “O que a gente percebe no Brasil é uma carência nessa área, vontade do governo de se aprimorar e gerar mais eficiência de recursos”, diz ele.
Embora os governos sejam grandes clientes, as empresas privadas também têm grande interesse em entender o cenário político, econômico e social. “As empresas também compram muitas pesquisas políticas e sociais. Cada vez mais as companhias querem compreender o retorno do investimento privado no social para avaliação das próprias marcas”, explica Cidade.
De acordo com o executivo, cada vez mais os departamentos dentro das empresas estão convergindo e as companhias estão incorporando novas áreas de conhecimento. “Tudo está impactando tudo. E as pesquisas não ficam mais restritas só ao departamento de marketing. As companhias estão ampliando o leque de conhecimento para a tomada de decisão”, afirma.
Cidade acrescenta que como o Brasil tem um mercado muito forte de multinacionais, é importante apontar as questões globais para entender os desafios locais. E, segundo ele, a TNS abre vantagem sobre os concorrentes nesse aspecto, uma vez que pertence a um grupo mundial. “Temos acesso às tendências globais, métricas próprias e tecnologias que nos ajudam muito no trabalho”, conta o executivo.
Para Cidade, em um momento de crise o trabalho de pesquisa é valioso para minimizar chances de erro. “As pesquisas vão ser muito mais necessárias daqui para frente porque vivemos um período de crise. Quando o país cresce 6%, 7%, tudo é mais fácil”, observa ele.
Otimistas
No quesito racionalidade e otimismo, Cidade lembra que os brasileiros estão entre os mais otimistas do mundo. “Os europeus são mais realistas. Nós não temos uma racionalidade, um trabalho tão aprofundado de informação. Mas estamos entrando em um processo mais racional, embora ainda de maneira desigual.”