Trip Transformadores debate as corporações

O movimento Trip Transformadores promoveu, na noite desta terça-feira (18), no Planetário do Ibirapuera, a Batalha das Estrelas. O evento reuniu 11 líderes para debater o futuro das grandes corporações e as mudanças que afetam as relações entre pessoas e trabalho em formato de game show. Os participantes responderam perguntas feitas pelos mediadores Paulo Lima, sócio-fundador e presidente da Trip Editora, e Lourenço Bustani, consultor e empresário, além de questões formuladas pelos outros participantes e pela plateia.

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Luiz Sanches, sócio da AlmapBBDO

O sócio e diretor-geral de criação da AlmapBBDO, Luiz Sanches, foi desafiado por Ricardo Guimarães, da Thymus Brading, a responder sobre o futuro do consumo e da propaganda no mundo em que a informação caminha para ser mais pura e mais precisa.

“O esquema antigo de acreditar na propaganda não existe mais. Ela é um reflexo da sociedade, que hoje é fragmentada pelas redes sociais. São pequenos grupos de interesse em comum que são extremamente radicais. As marcas passaram a ser um pouco mais politicamente corretas na sua maneira de se comunicar com esses grupos porque ninguém quer uma marca que fale mal dele. Agora as marcas têm de perambular por esse meio e conseguir ser simpáticas. Ao fazer isso, as marcas perdem um pouco a personalidade, que é o que faz elas especiais. A gente precisa conseguir aprender a conviver com essas diferenças de opiniões e fazer com que as marcas criem personalidades. Que vai agradar uns e desagradar outros. E os que forem agradados vão ser fãs das marcas. A propaganda vai se tornar mais próxima das pessoas”, falou.

A mudança que acontece na sociedade atual e reflete nas empresas foi foco importante em alguns momentos do debate. O fundador do fundo de investimentos Vox Capital, Daniel Izzo, questionou a VP de Relações Corporativas da Coca-Cola Brasil, Cláudia Lorenzo, sobre a contradição vivida pela marca, já que o mundo caminha para uma preocupação maior com saúde e sustentabilidade e, segundo ele, a marca tem um produto “controverso”.

“É muito bom lidar com este desafio. Eu tenho condições de fazer a agenda avançar. A gente está fazendo o que acha que tem de fazer. Hoje a gente tem um novo jogo de poder. O consumidor empoderado e as instituições todas em crise e xeque. Uma empresa como Coca-Cola que carrega este peso, esta marca, esta história, é óbvio que está em xeque. O papel da sustentabilidade está sendo levada a sério. Todos estamos mudando: os líderes, os liderados e o contexto. Quem estiver antenado vai junto. Porque o cidadão está indo e as empresas vão conseguir ir também. Agora a gente tem um produto que tem açúcar e o açúcar é tido como um bicho. Eu fui educada que podia tudo, desde que tivesse moderação, equilíbrio e variedade. A conversa pode ser mais equilibrada e menos doida. É claro que a gente tem de trazer o debate para mais bom senso e para ter diálogo de fato”, falou.

A Batalha das Estrelas teve patrocínio master de O Boticário e copatrocínio de Coca-Cola Brasil, Ben & Jerry’s, Santander e Volkswagen, além de apoio de Academia de Filmes, AlmapBBDO, Gol e Suzano.