Turner apresenta a América Latina em Nova York

 

 

A Turner Broadcasting Latin America, divisão latino-americana da Turner Broadcasting System, do grupo Time Warner (holding líder da TV paga mundial, que conta ainda com canais como a HBO em seu portfólio), promove em Nova York, desde esta quarta-feira (10), a segunda edição do Turn it Up. O encontro reúne 600 executivos entre profissionais da emissora na região e dos Estados Unidos, agências e anunciantes, com o objetivo de mostrar ao mercado o que a companhia tem realizado no meio TV — tanto paga quanto aberta —, apresentar sua programação para 2013 (parte que acontecerá na noite desta quinta-feira (11), no Lincoln Jazz Center) e, principalmente, a força da empresa, dona de canais como Cartoon Network, TNT e CNN, e que distribui, por meio da divisão Turner Enterteinment, o conteúdo do estúdio Warner Bros.

Fez parte da programação do encontro o “Turner Experience +”, ciclo de palestras promovido pela companhia na manhã de hoje no Intrepid Museum (museu da história militar e marítima americanas). O presidente da companhia para a região, Juan Carlos Urdaneta, fez uma breve apresentação, onde disse que a empresa “está no lugar certo, na hora certa”. “O crescimento era muito esperado. A América Latina cresceu em 10 anos mais do que nos 20 anos anteriores. Por isso tomamos algumas decisões que também alavancaram o crescimento da Turner — como, por exemplo, mudar nossa base de Atlanta (EUA) para Buenos Aires, onde podemos enxergar a região de forma melhor”, disse.

De 2006 até 2011, a penetração da TV por assinatura na América Latina passou de 22,4% para 47,4%. “As condições socioeconômicas melhoraram, com pessoas subindo da classe baixa para a média e adquirindo bens de serviço como TV paga e banda larga”, explicou o executivo, ressaltando novamente que o maior crescimento tem se dado no Brasil. Em relação à forma que constituiu esse crescimento, Urdaneta falou que foi a combinação das propriedades já existentes na Turner com novas aquisições. “Agora fazemos esforços para reforçar as marcas e melhorar o conteúdo, com produções originais”. E, como nos Estados Unidos, equilibrar a receita vinda da venda de afiliadas e de publicidade. “Na América Latina, publicidade representa cerca de 35%. Mas está em crescimento”.

A importância da região para o grupo é tanta que o presidente da Turner Broadcasting System International, o alemão Gerhard Zeiler, definiu a América Latina como “a joia da coroa da imagem que a Turner tem hoje no mundo”. “Hoje temos 33 canais transmitidos em 33 diferentes línguas para mais de 200 países. E o que o Juan construiu nos últimos 10 anos na AL nos ajuda a ser mais determinados a continuar nos expandindo”, afirmou, ressaltando as três grandes marcas globais da empresa: Cartoon, CNN e TNT, bem como a excelência em oferecer qualidade e quantidade na produção de entretenimento, notícias e produção infantil, os três pontos fortes da Turner.

Sobre o futuro, Zeiler disse que alguns dos objetivos é a expansão na Ásia Pacífica, África e em países como a Alemanha. “Já está na hora de examinar a África para crescermos na região. E no caso da Alemanha, é porque se trata de um dos países da Europa onde a TV por assinatura ainda não se desenvolveu igual aos outros. A penetração é de apenas 14%”.

O executivo apontou cinco princípios que estão sendo levados em conta para colocar em prática a expansão: aprender com os países latino-americanos, que há 10 anos tinham poucas marcas e hoje possuem uma “família de canais”; expandir a oferta do entretenimento; “tornar-se local”, explicando que a Turner é brasileira no Brasil, japonesa no Japão e assim por diante, já que a essência da TV é ter conteúdo global, mas “pertencer ao país”; investir na área digital; e, a exemplo do Chile, investir também, quando possível, em canais gratuitos, para diversificar a fonte de renda.

Time Warner

Quem também participou do evento foi Michael Del Nin, vice-presidente sênior de estratégia corporativa e internacional da Time Warner, controladora da Turner, que abordou como a companhia de mídia se encaixa dentro dos negócios do grupo. “Queremos ser uma empresa global e usar nossa perícia para criar pacotes e discutir conteúdo em alta qualidade em todas as plataformas que entregamos. Conteúdo de alta qualidade, que é o principal motivador de nossa audiência; e tendo uma escala competitiva, sabendo como distribuir o dinheiro dentro de nossos produtos”, afirmou.

No ano passado, a Time Warner teve uma receita de US$ 29 bilhões, sendo que US$ 13,7 bilhões vieram da TV por assinatura — Turner + HBO. Isso coloca a holding como líder do setor, à frente de Disney (US$ 12,9 bi de receita), Viacom (US$ 9,1 bi) e Fox (US$ 8 bi). Com US$ 12 bilhões de receita, a Warner Bros também liderou a área de entretenimento, à frente de Sony, Disney e Fox.

Em relação à audiência, a Time Warner lidera com 25% de share, contra 21% da Disney, 14% de Discovery, 13% da Fox e 8% da Viacom. É líder também em filmes e séries, com 45% de share, contra 32% da Fox. “E estamos bem também em programação infantil e infanto-juvenil, ocupando a segunda posição com 22% de share de audiência. Lógico que nessa área a líder é a Disney (48%)”, disse Del Nin.

Falando de América Latina, o executivo também mencionou que é importante diminuir a barreira entre o share de audiência e de publicidade. Hoje a TV paga representa 47,4% do meio TV na América Latina. Porém, a TV por assinatura arrecada apenas 12% do faturamento publicitário de todo o meio, contra 88% da aberta “Nos EUA, onde o share da TV paga é maior — 67% —, a aberta também fatura mais com publicidade: 60% a 40%. Porém, trata-se de uma proporção aceitável. E acredito que em 2016, quando estima-se que a TV por assinatura terá mais de 70% de penetração na região, esse gap seja menor”, ressaltou.

Del Nin também falou da importância de apostar no digital, pois números como o do crescimento de vídeos online nos Estados Unidos mostram que essa é uma tendência para o futuro. “A média de americanos que assistem a vídeos online por semana é ainda bem pequena: uma média de meia hora, contra mais de 34 horas semanais de audiência destinada à TV. Porém, o crescimento da audiência dos vídeos online cresceu 24% em 2010 e 35% no ano passado. Faz parte do crescimento da internet, que junto com a TV e os games, foram as únicas mídias que cresceram nos últimos anos nos EUA”. Para a América Latina, o executivo diz que o a penetração da web e da banda largas ainda são entraves para esse crescimento.