TV paga fecha ano com 20 milhões de assinantes e 11% de avanço
Segundo ele, este ano, houve o fortalecimento dos investimentos na expansão da infraestrutura de cabo e satélite e em novas plataformas de programação, com oferta de conteúdo sob demanda. Também cresceu o investimento em novas tecnologias, com o lançamento de pacotes de banda larga de 500 MB e as primeiras transmissões em qualidade 4K (Ultra HD) durante a Copa do Mundo. “Com esses avanços, cada vez mais o assinante pode assistir ao seu canal preferido onde quiser, quando quiser, como quiser e com uma ótima relação custo-benefício.”
Segundo pesquisa da Fipe, que acompanha os preços da TV por assinatura em 49 países desde 2012, o valor do pacote básico de TV paga no Brasil continua, pelo terceiro ano consecutivo, abaixo da média mundial – com uma mensalidade média de US$ 22,34, enquanto o valor médio global é de US$ 26,88.
De acordo com Simões, além dos desafios do baixo crescimento econômico do país, o setor também enfrentou questões controversas no campo regulatório, com novas regras das agências, que quiseram intervir em um relacionamento que sempre foi saudável entre operadoras do setor e o assinante. “Apesar de bem-intencionado, na grande maioria de seus artigos, o novo Regulamento Geral de Direitos dos Consumidores de Serviços de Telecomunicações (RGC), traz imposições que podem prejudicar o próprio usuário, como, por exemplo, proibir os descontos para novos clientes.” De acordo com Simões, regulamentações excessivas acabam gerando mais problemas do que soluções e não alcançam os resultados esperados. “Estimular a competição é a melhor forma de beneficiar os consumidores. E a TV por assinatura já vive um ambiente de intensa concorrência.”
O executivo destacou que, segundo pesquisa do Ipea, divulgada em 2014, o serviço de TV por assinatura é aprovado por 87% dos assinantes, provando que vem prevalecendo o respeito entre as partes.
Simões ressaltou também que, no que se refere à publicidade, este foi um ano de consolidação da TV por assinatura como mídia estratégica para as marcas. “Com a significativa expansão da base de assinantes, o meio se tornou um veículo de massa com alto poder de segmentação.” Ele afirmou que os anunciantes já perceberam esses diferenciais e vêm investindo cada vez mais na TV paga. “Só para ilustrar, no período de janeiro a agosto deste ano, crescemos 36,9% em receita publicitária, o que representa uma performance três vezes superior aos números do mercado em geral.”
Formatos
Outro aspecto importante, de acordo com o executivo, é a variedade de projetos e formatos comerciais que já foram lançados e que estão sendo desenvolvidos. “Além das tradicionais campanhas de 30 segundos, cresceram as soluções multiplataformas. Percebemos também a chegada de novos segmentos que passaram a anunciar no meio, como marcas de varejo, comércio eletrônico, financeiro e seguros.”
Para o ano que vem, ele afirmou que, como qualquer segmento da economia brasileira, o setor de TV por assinatura também deve ser impactado pelas perspectivas de mais um ano de baixo crescimento ou estagnação e pelos anunciados aumentos de custos dos combustíveis e energia, por exemplo, que reduzirão o poder de compra da população. “As empresas do setor estão preparadas para este cenário, e esperamos que o governo faça os ajustes necessários para a retomada do crescimento.”
O diretor-executivo de Ad Sales da Turner, Gilberto Corazza, engrossa o coro e afirma que o ano foi bastante satisfatório para os canais de TV por assinatura. Segundo ele, apesar do cenário econômico nada favorável, o primeiro semestre foi bastante agressivo e o meio de TV paga foi o que mais cresceu, cerca de 50%, em relação a 2013.
De acordo com Corazza, para o segundo semestre, todos achavam que fosse haver uma retração do setor, pelo cenário pós-copa, eleição e pela própria economia. Mas não se viu isso, o setor continuou a crescer e atingiu bons índices. “Claro que não foi tão bom quanto os primeiros meses, mas a expectativa é que o setor cresça 22%, em relação ao ano anterior.”
Ele contou que a Turner está bastante em linha com o crescimento do segmento. “Mesmo sem propriedades esportivas e sem qualquer vínculo com a Copa do Mundo, tivemos resultados expressivos.” Para Corazza, a qualidade do conteúdo infantil e de entretenimento, com filmes e séries, foi a grande responsável pelo desempenho da companhia.
O executivo afirmou que o Cartoon, por exemplo, manteve a liderança este ano, não só entre seu público-alvo, que são crianças de seis a 12 anos, mas também entre um target mais velho. Para ele, a TV paga deixou de ser uma mídia secundária, passando a ser protagonista, e o mercado percebeu isso e vem aumentando cada vez mais seus investimentos. “Hoje, até segmentos que não estavam presentes na TV paga, como o varejo, já optaram por esta mídia.”
Entre as principais novidades deste ano da Turner, ele citou que o Warner Channel estreou “Gotham”, “Flash” e “Forever”. Na programação do TBS muitodivertido, foram incluídos os programas “America’s Funniest Videos”, “Adult Swim”, “Pânico” e “Chaves”. Em novembro, estreou no Space a série “Constantine”. No Cartoon Network, houve os lançamentos de “Irmão do Jorel” e “Experimentos Extraordinários”. Na CNN International, houve a estreia da série “CNN Ones to Watch”, voltada para as novidades da cena cultural mundial.
Segundo o executivo, a companhia registrou um grande sucesso na venda de cotas para a Temporada de Premiações 2014. “Na área de Innovations, participamos do Festival El Ojo com a categoria TNT, que premiou os comerciais favoritos do público em 2014.” O vice-presidente sênior e gerente-geral da Viacom Brasil, Raul Costa, concorda que foi um ano bastante positivo, com grandes conquistas para o setor e, principalmente, para a Viacom. “A MTV, por exemplo, completou um ano em outubro e se consolidou no mercado, ficando entre os Top 20 no ranking dos canais de Pay TV para o público jovem. Além disso, segundo ele, foi lançado o canal Paramount e aumentou a distribuição do Nick Jr., lançando o canal na NET.
Costa disse que a companhia está se fortalecendo a cada dia e se consolidando como produtora de conteúdo. “Hoje, podemos sair do on air e ir para o online, mobile, games, shows, festas, eventos, criando verdadeiras parcerias diferenciadas entre os canais e os anunciantes.
Para a Puma, por exemplo, a MTV desenvolveu um projeto para o lançamento das fragrâncias Yellow and Green. A audiência era desafiada a enviar um vídeo com a sua “dança da vitória”. Poderia ser qualquer vitória do dia a dia: desde uma nova fase no videogame a um aumento de salário. As melhores danças seriam escolhidas para formar um videoclipe para ser veiculado na MTV.