TVs conectadas e AVOD são oportunidades para marcas
Os usuários globais de serviços de TV over-the-top (OTT) devem crescer de 1,8 bilhão em 2017 para 2,9 bilhões em 2025. Após o início da Covid-19, espectadores em todo o mundo aceleraram a adoção de serviços de vídeo sob demanda (VOD). Com isso, as opções de assinatura (SVOD) como Netflix, Disney+ e HBO Max cresceram. No entanto, dados do Statista revelam que este novo mundo não se trata apenas de experiências sem anúncios, já que se espera que, no futuro, a maior parte do consumo OTT seja via plataformas de vídeo sob demanda com suporte de conteúdo publicitário (AVOD).
Para a publicidade brasileira, tais dados significam uma nova maneira de comunicação com o público. E com uma vantagem: onde a audiência está mais apta a receber campanhas, conforme explica ao PROPMARK Rita Mesquita, diretora da Xandr no Brasil.
“É uma oportunidade que os anunciantes vão ter de compartilhar a mensagem de uma forma mais dirigida, mais personalizada, mas num ambiente onde as pessoas estão mais suscetíveis a aceitar anúncios, que é mais parecido com a versão antiga de como a gente consumia conteúdo na TV linear”, explica. A atualidade socioeconômica do país também influencia o consumo de streamings alimentados por publicidade.
O brasileiro, de forma geral, não possui aversão à publicidade se ela estiver atrelada a um benefício. “Eu pago menos ou não pago para determinado serviço porque a publicidade está custeando essa minha navegação. Acho que o momento para estes serviços de AVOD é muito bom, pois acredito que vá ser cada vez mais a forma de consumir conteúdo”, explica Rita.
As TVs conectadas apresentam o melhor de dois mundos: a escala do digital com a atenção do tradicional. “É um ambiente no qual as pessoas já têm uma predisposição maior a estarem expostas a anúncios, mas que possibilita que elas tenham controle sobre o que querem assistir na hora que querem assistir”, analisa a executiva.
Há alguns benefícios para marcas que optarem pelo formato. O anunciante entrará num ambiente no qual é possível ter mais informações sobre o consumo de conteúdo de uma pessoa, por exemplo, se ela consumiu conteúdo esportivo e depois viu algum filme ou seriado. “E você consegue fazer a publicidade ser mais direcionada por conta disso”.
O segundo ponto é o bom e velho modelo de atribuição. Isso ajuda a mapear melhor a jornada do consumidor. Será possível fazer associações, por exemplo, se a pessoa foi impactada com um anúncio e entrou no carrinho de compras, ou se tomou alguma ação como o download de um app. Assim, as marcas poderão direcionar e conseguir medir o nível de exposição e de engajamento.
Outro ponto é o dinamismo. O fluxo de dados do ambiente digital permite que você otimize campanhas de forma mais rápida e eficaz. É possível responder a um fato que, às vezes, não é do seu controle. Seja mudar a mensagem, seja suspendendo ou iniciando uma campanha.
Também é possível trackear a conversão com mais facilidade, entender o comportamento do seu usuário, o engajamento dele com a marca, para garantir uma experiência de publicidade positiva, e assim, ter uma maior capacidade de resposta. A possibilidade de ativar, otimizar, ajustar uma campanha de forma rápida de acordo com o que está acontecendo no mundo.
Ser um “early adopter” também é essencial para o momento, já que o Brasil está entrando no mercado das TVs conectadas agora. Ou seja, quem testar e aprender a melhor forma de fazer publicidade neste meio sai na frente da concorrência. “O anunciante vai entender melhor como usar a TV conectada de maneira eficaz e os próprios provedores vão poder aprender como essa entrega é feita”, afirma Rita. Sempre levando em conta a LGPD, a executiva finaliza aconselhando: procure um parceiro responsável para iniciar a veiculação de anúncios.