Uma aula de marketing dos organizadores do Rock In Rio
Em tempos em que tanto ouvimos falar de big data, data driven, analytics, um dos maiores festivais de música do mundo vem com uma super lição de marketing para todas as marcas: há muitas informações disponíveis sim para traçarmos os perfis dos consumidores, mas não podemos esquecer o principal – lidamos com pessoas, temos que ser orientados por elas e focar em oferecer a melhor experiência possível. Essa é a lembrança que marcará o seu público.
O Rock In Rio já deixou de ser um programa apenas para quem quer curtir a apresentação da sua banda favorita. Passou a ser um verdadeiro show de lazer e entretenimento, um evento cheio de experiências para idades e gostos variados. Basta prestar atenção nas ações realizadas no RIR (antes, durante e depois), acompanhar a repercussão do público, o envolvimento das marcas e a análise da mídia durante os dias de shows.
De tirolesa, a lojas customizadas, área de jogos, palcos separados com seus próprios convidados ou aberto ao público, variedade de restaurantes, com nomes de chefs conhecidos e para todos os estilos, até cerimônias de casamento.
Uma selfie em frenteà roda gigante fez o logo do Itaú bombar em muitas timelines. Já na frente da tirolesa, que carregou o músico americano carismático, Jared Leto, levou muitos fãs à loucura e também fez a alegria dos profissionais de marketing da Heineken.
As marcas que associaram seus nomes ao evento não investiram apenas em apelo visual para a lembrança, desenvolveram estratégias de encanto. O marketing orientado pela experiência é um dos mais poderosos meios de conquista e um recurso que poucas empresas sabem desenvolver com excelência.
Do lado virtual e um pouco distante ainda do ideal, mas que representa um bom exemplo da preocupação em entregar uma experiência customizada, o Netflix investe no cruzamento de diversos algoritmos para o usuário do streaming tenha acesso a conteúdos que sejam de seu interesse. O complexo aqui é entender que o ser humano não é tão simples, o que implica em milhares de combinações que fogem do simples sistema binário.
A verdade é que com tanta tecnologia e ferramentas disponíveis hoje em dia para conhecer o seu consumidor, na briga pelos investimentos em publicidade, o que vale vai bem além de dados coletados. É preciso saber analisar as informações e utilizá-las para tentar melhorar a experiência das pessoas.
A regra de ouro é que se o consumidor não for encantando todas as estratégias serão em vão!
Ariane Maia é Diretora Executiva da A² BI