Valle Nevado quer atrair turistas brasileiros
Os brasileiros representam 65% dos visitantes do Valle Nevado, resort de esqui localizado a 60 quilômetros de Santiago, capital do Chile. Com isso, o Brasil tornou-se o principal foco de investimentos do empreendimento, que está de olho nas tendências de consumo e mudanças econômicas no país para atrair mais turistas.
O grande volume de brasileiros entre os hóspedes fez o Valle Nevado apostar em ações e parcerias no mercado brasileiro, conforme conta Ricardo Margulis, diretor-geral do resort. “Para nós é muito importante ter presença nos meios de comunicação e estar nas redes sociais. Nos últimos anos, fizemos um trabalho de posicionamento de marca importante no Chile, no Brasil e nos Estados Unidos”, explica.
Para a temporada de 2013, o Valle Nevado investiu R$ 750 mil em mídia, em um plano que contempla anúncios em revistas, sites e blogs dos segmentos de viagem e luxo. Além disso, o resort fechou parcerias com Vivo, TAM Viagens e Kanui para a realização de promoções. A iniciativa mais importante nesse projeto, porém, é o acordo com a Editora Globo. O Valle Nevado cedeu suas instalações para uma série de reportagens de inverno da revista Quem em troca de anúncios em publicações da editora. Este é o terceiro ano em que a parceria acontece.
Margulis afirma também que, nesses anos em que os investimentos no Brasil ganharam mais volume, houve uma mudança na forma de se relacionar com o consumidor, uma vez que o país, assim como o Chile nas décadas passadas, passou por profundas mudanças sociais e econômicas. “Antes, éramos uma empresa que só veiculava anúncios. A tendência, agora, é entender o que acontece com o consumidor desse país. Se vai ao Chile, vê um público brasileiro distinto do que se via há cinco anos. Só os mais ricos viajavam. Agora é diferente, há mais facilidades”, avalia.
Por isso, a postura do resort ante seu público também teve de mudar. O executivo deixa claro que Valle Nevado não associa sua imagem ao luxo e que, embora o esqui e o snowboard, as modalidades que mais atraem turistas, estejam ligadas à ideia de status, não se trata de um processo de elitização. “Nós estamos fazendo o que fazem as companhias de luxo, que é se massificar, mas sem perder o posicionamento, algo muito complicado na indústria de serviços. Se olhar nossos anúncios, verá que não vendemos exclusividade ou luxo. O brasileiro que vai ao Chile esquiar é como o chileno que vai ao Brasil para ver as praias”, diz.
O resort também garante exposição nas redes sociais. No Facebook, tem uma página em português destinada aos turistas brasileiros que acumula quase 35 mil fãs. Margulis lembra que essas ações fazem parte do projeto de consolidação no país, onde os centros de esqui norte-americanos e argentinos estão presentes e atuam como concorrentes. “No fundo, entendemos que se o Brasil está mudando, temos que estar aqui. Outros resorts estão presentes aqui, então é preciso se reinventar”, finaliza.