Vamos nos respeitar
Hoje, vamos conversar sobre o comportamento das pessoas durante a pandemia, e uma canção emblemática, do rapper e compositor Flávio Renegado. Sei Quem Tá Comigo. Antes de qualquer outra consideração, e para não cairmos na discussão medíocre dos últimos meses, se todos tivessem obedecido à ordem e seguido literalmente o que algumas autoridades determinaram: “fique em casa!”, todos, sem exceção, já estaríamos mortos. Portanto, não percamos tempo na discussão desse trote macabro que alguns políticos inconsequentes tentaram jogar em nossas costas e responsabilidade. Ainda bem que pessoas conscientes e determinadas, profissionais de valor, foram à luta possibilitando que muitos pudessem permanecer em suas casas. A todos esses profissionais, muito obrigado, vocês salvaram milhões de vidas.
Independente de tudo o que estamos vivendo, do medo que em maiores ou menores proporções tomou conta das pessoas, mais que compreensível, o fato é que muitos sobre a justificativa que eram grupo de risco recolheram-se, e, com a maior tranquilidade, optaram pela sombra. Sem problemas, decisão pessoal, vamos respeitar. Mas alguns deles, além de permanecerem em suas casas, passaram a massacrar os que se arriscaram, foram para a linha de frente, para manter a vida minimamente em funcionamento. Se todos tivessem a mesma atitude dos que se recolheram, tudo teria parado, a começar pela saúde. Não existe grupo de risco maior do que os profissionais da saúde. O fato é que as pessoas se revelaram durante a pandemia, mesmo concedendo-se todos os descontos pela excepcionalidade do momento. Sem culpas, repito, as pessoas são como são e assim têm que ser respeitadas. Já comentei com vocês sobre alguns dos termos que foram brotando no correr da pandemia. Como “bom para viagem”, aqueles pratos deliciosos de bons restaurantes e que segundo os donos desses restaurantes resistiam bem numa embalagem de papelão ou alumínio para viagem. Da mesma maneira como um aplicativo relativamente desconhecido ocupou a cena, e milhões de pessoas passaram a dar um zoom. E nunca se usou e desgastou tanto a palavra gratidão… Mas foi exatamente lá pelo meio da pandemia que uma música foi ocupando espaço, tomando conta, e passou a ser uma espécie de hino. De todos os que recusaram-se, por natureza ou necessidade, a entregar os pontos, e foram à luta. Possibilitando que muitos mesmo de suas casas continuassem a receber seu dinheirinho no fim do mês, e ainda dando-se ao luxo de criticar os que se ralavam para preservá-los confinados. E que não faltasse comida nas mesas, remédios nas farmácias, camas nos hospitais, lixos sendo recolhidos… Essa música pontificou numa das chamadas lives de um cantor e compositor que muitos conheceram apenas agora, música essa que por sinal já tem alguns anos. E que acabou se convertendo num dos hinos da pandemia. O compositor e cantor é Flávio Renegado, e participou de forma brilhante de uma das lives de Elza Soares. A música é Sei Quem Tá Comigo.
“Sei quem é amigo,
Sei quem é inimigo;
Sei quem vai correr,
Sei quem vai fica comigo,
E na hora do perigo,
Quando a casa cai,
Us guerreiro fica,
Us comédia sai
Us guerreiros fica,
Us comédia sai…”
Todos pensando e refletindo, e parando de atirar pedra nos que conseguiram reunir força e coragem para irem à luta. Possibilitando, repito e reitero, que a vida não fosse suspensa… E, em sua totalidade… Morta. Que não morrêssemos, todos… Por favor, vamos nos respeitar. Cada um com suas fraquezas, cada um com suas forças, mas todos se respeitando.
Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)