Varejo passa por intensa transformação e marcas se reposicionam
Via Varejo deixou de lado o complemento da sua logomarca. Agora, é só Via, a exemplo do que já ocorreu com Pontofrio, cujo nome se resume hoje a Ponto. É bom lembrar que as marcas estão sob o mesmo teto, ou seja, pertencem ao mesmo grupo, do qual ainda faz parte Casas Bahia.
A reformulação de marcas e reposicionamento começou em agosto do ano passado, quando a empresa reviu identidade da Casas Bahia e, em outubro, anunciaram a evolução do Bahianinho para CB. “Sob o mote Nossa casa é o Brasil. Nossa causa é o brasileiro, a nova marca de Casas Bahia destaca que enxerga cada brasileiro como único e reforça o sentimento de estar presente na jornada do consumidor, seja pelo aplicativo, pelo site ou na loja física. A marca está sempre atenta às tendências, buscando inovar para estar com o cliente em todos os momentos que ele precisar”, explica Ilca Sierra, diretora de marketing e comunicação multicanal da Via.
Agora, sobre Ponto ela afirma que a nova identidade visual “liga pontos, conecta e simplifica a inovação, com uma linguagem jovem, moderna e questionadora”. “A nova marca traz a assinatura Direto ao Ponto: > e a essência de romper o óbvio por meio de uma comunicação divertida, simples e digital”, revela.
Hélio Muniz, diretor de comunicação corporativa, diversidade, sustentabilidade e relações institucionais da Via, justifica a mudança na marca, declarando que os resultados da companhia, apresentados ao mercado em março, mostram que Via não é mais uma empresa de varejo, que está indo além. “No último ano, nos reiventamos, rompemos e unificamos as barreiras físicas e digitais das lojas, sites e apps, e rejuvenescemos nossas marcas Casas Bahia e Ponto”, diz o executivo, acrescentando: “Nosso posicionamento traduz a grande transformação pela qual a companhia passou e simboliza os caminhos amplos que seguirá no futuro, e reforça a estratégia de ser reconhecida como a melhor Via de compras de todos os brasileiros, onde, quando e como eles quiserem”.
Quando perguntado a Ilca se a pandemia tem a ver com as mudanças, ela responde que pode dizer que este momento foi catalisador na aceleração e digitalização da companhia. “As alterações correspondem a uma reformulação da estratégia, dado que, com as mudanças provocadas pela pandemia da Covid-19, a companhia hoje vai além do varejo por meio da tecnologia aplicada e digitalização em todos os departamentos e na jornada de compra do consumidor”.
O trabalho de criação das novas marcas foi conduzido pela Consultoria Croma, junto a executivos da empresa e diversos grupos de estudo. Segundo Edmar Bulla, CEO da Croma, a identidade e o novo sistema de marca representam o forte movimento de inovação da companhia. “No último ano, a Via rejuvenesceu as marcas Casas Bahia e Ponto, além de romper e unificar barreiras físicas e digitais das lojas, sites e apps”, diz Bulla.
Ele conta que foi um desafio muito grande alterar marcas icônicas. “É como mexer com vacas sagradas. É preciso muito respeito para fazer um projeto dessa envergadura”, comenta. Para ele, esse processo tem a ver com a transformação do setor, que foi acelerado pela pandemia. “As marcas não saem ilesas”, analisa.
Ricardo Pastore, coordenador do núcleo de varejo da pós-gradução da ESPM-SP, aponta que muita coisa está acontecendo no varejo. Segundo ele, os planos de mudanças estavam na pauta das empresas e a pandemia chegou para “destravar tudo”. A ideia, segundo ele, é fazer com que a identidade se adapte aos novos tempos. “A estretégia é se aproximar mais do cliente e mostrar que a empresa está querendo atendê-lo”.
Analisando a atual situação do setor, Pastore afirma que as empresas em determinados cenários protagonizam alterações, puxam a fila. “São mais ousadas. Arriscam mais, principalmente quando se é líder, mostram o caminho”. Ele analisa que nomes curtos, como Via e Ponto, vão ao encontro do hábito do consumidor de hoje, que está mais rápido, age mais objetivamente, e é pautado pelo tempo. Segundo ele, esse é só o começo das mudanças.