Varejo online começa a terceirizar com full service
A complexidade de coordenar a disponibilidade dos produtos, marketing, plataforma, TI, atendimento aos clientes, pagamentos, controle antifraude e logística tem levado muitas lojas de e-commerce a terceirizar a operação em um único parceiro no modelo full service. Os benefícios trazidos pelo modelo vão desde aumento de vendas, passando pela redução de custos, até a agilidade para a operação da loja online.
Em 2014, o varejo online movimentou mais de R$ 100 milhões. Porém, no Brasil, cerca de 60% dos e-commerces deixam de existir antes do primeiro ano de criação devido a diversos fatores referentes à manutenção do negócio entre diversos fornecedores. Essa cultura está mudando e algumas marcas já consolidadas no varejo físico, como Ray-Ban, Lança Perfume, Mercatto e Decathlon, estão adotando o modelo full service para suas operações online.
A Infracommerce, empresa que oferece soluções para e-commerce, afirma ter uma carteira cada vez maior de clientes. A empresa é pioneira, no Brasil, na oferta de solução full service para o varejo online. “Centralizamos a gestão de todos os serviços necessários para vender online em um único parceiro profissional. Isso proporciona ganho de escala, o que resulta, significativamente, em redução de custos e aumento de vendas. Nossa solução reduz muito a complexidade da operação do e-commerce”, conta Luiz Pavão, COO da Infracommerce.
Segundo ele, a dificuldade de manter a própria operação de e-commerce acaba por gerar altos custos e pouca rentabilidade. “Nosso modelo pode diminuir entre 20% e 30% os custos de uma operação como essa”, diz.
Segundo Kai Schoppen, CEO da Infracommerce, nos Estados Unidos 60% das marcas de moda, acessórios e esportes, terceirizam integralmente as operações de e-commerce com empresas especializadas. No Brasil, segundo o executivo, menos de 1% do mercado está operando nesse modelo. Um dos motivos é que até pouco tempo atrás não existiam empresas oferecendo o serviço.
integração
O modelo da Infracommerce consiste na integração de todos os processos da venda online em um único gestor, que planeja, cria e executa. Com 291 funcionários dedicados a cuidar de 26 operações, são oito unidades de negócio, cada uma especializada em uma área do e-commerce, como plataforma, controle de pagamentos, call center, logística, marketing digital, fotos, business intelligence, entre outros. “Toda a operação é realizada dentro da empresa”, conta Pavão.
No Brasil, de acordo o relatório WebShoppers, realizado pela E-Bit, o e-commerce cresceu 24% em relação a 2013, atingindo faturamento de R$ 35,8 bilhões. O volume de pedidos feitos via internet bateu 103,4 milhões, 17% superior ao apresentado no ano anterior. A categoria de moda é líder em vendas online no Brasil. Para 2015, a E-Bit prevê que o setor fature cerca de R$ 43 bilhões.
Os clientes da Infracommerce movimentaram cerca de R$ 100 milhões no ano passado. Segundo Pavão, a expectativa para este ano é que os clientes cheguem a cerca de R$ 210 milhões, o que representa crescimento acima de 100%. “Adotar o full service ainda é recente no Brasil. Esse modelo lá fora funciona muito bem. O gestor de marca relutava muito para entregar para um terceiro. Mas essa barreira está sendo quebrada”, comenta.
“A gente acredita que a Mercatto faz muito bem em gerir a marca e a mídia para ter melhor performance de venda e expansão. A agência de marketing da loja virtual é interna. O resto passamos para full service”, afirma Renato Cohen, diretor de marcas da Mercatto, que adotou o sistema full service, que diz ainda que a escolha do parceiro não foi somente pelo lado financeiro, mas para atender melhor os clientes. “Terceirizar o serviço melhora para quem compra no site.”
Juliana Damiani Destro, gerente de varejo e e-commerce da Lança Perfume, conta que a economia se deu em grande parte na logística, pois toda a parte de armazenagem e movimentação é realizada pela Infracommerce. “E também com pessoal, pois a estrutura que opera o e-commerce internamente na marca é minúscula.” A vantagem da terceirização full service, no caso da Lança Perfume, é poder ter a maior loja da marca em faturamento, com um esforço mínimo e uma boa rentabilidade.