Varejo tem oportunidade de estender Black Friday até janeiro

A consolidação da internet no Brasil e a confiança dos consumidores para as compras online nos últimos anos tem contribuído para um cenário positivo no varejo, sobretudo, no digital. Não à toa, os e-shoppers já somam 60 milhões no país, elevando a Black Friday à segunda melhor data para o varejo brasileiro, atrás apenas do Natal.

Segundo novo levantamento do Google sobre a evolução da Black Friday, a edição 2017 alcançou faturamento de R$ 2,1 bilhões apenas na internet, aumento de mais de 10% em relação a 2016. Mas o grande pulo do gato, no entanto, são as oportunidades de os anunciantes estenderem as ativações para outros períodos igualmente aquecidos.

É o que aposta Patricia Muratori, head de vendas para varejo do Google Brasil. Segundo a executiva, a temporada de compras do quarto trimestre – que inclui a chegada do 13º salário, Natal, Saldão e Ano-Novo – é o momento em que as intenções de compra aumentam, daí a chance de estabelecer relações mais duradouras com o consumidor.

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“Toda a nossa pesquisa foi centrada no que realmente importa para o consumidor. O mercado está muito preparado para trabalhar os eventos separadamente. Fazem uma estratégia para Black Friday, outra para o Natal enquanto algumas oportunidades ficam de fora. A ideia é menos sobre tratar o consumidor como um evento de começo meio e fim, mas manter constante essa conversa”.

A pesquisa, encomendada pelo Google e realizada pela Provokers ouviu 1.500 consumidores on-line, de 18 a 54 anos, das classes A, B e C, de todas as regiões do País, ao longo do mês de julho de 2018. O levantamento revelou que a Black Friday já é amplamente conhecida por 99,5% dos consumidores on-line, dos quais 70% já compraram algum produto no período. Já em 2014, apenas 27% conheciam a data, segundo a pesquisa Hello Research.

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Patricia Muratori, head de vendas para varejo do Google Brasil

As buscas por promoções  também se solidificaram, principalmente  em alguns períodos de pico, como nos 30 dias que antecedem a data. “As pessoas começam a buscar as datas antes de elas aconteceram, ou seja, as marcas conseguem ter uma relevância de informação sobre esse consumidor que te ajuda a trabalhar de forma mais eficiente e rentável. É mais fácil continuar a conversa do que encerrar e começar tudo de novo na próxima data. Na Black Friday, as pessoas começam a procurar 30 dias antes. No Natal, 15 a 20 dias antes. Se você conseguir entender a linearidade dessa busca, otimiza as mensagens”, destaca Patrícia.

Para Diego Venturelli, head de insights para o varejo do Google Brasil, outro fator relevante nessa equação é justamente o cronograma. Isso porque  apenas 6% dos  consumidores não pesquisaram antes de comprar na Black Friday, logo, a construção da reputação em momentos que antecedem a data é fundamental para os anunciantes.  “A grande fortaleza do online é o poder de separar a base de clientes e entender o que cada um quer, quais sinais ele dá. Quando você olha para sua base e entende quem são os mais valiosos, consegue criar a estratégia de como se comunicar com eles e fazer com que a marca seja lembrada. O online permite essa customização”.

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Diego Venturelli é head de insights para o varejo do Google Brasil

A próxima edição impressa do PROPMARK trará mais insights da pesquisa sobre a temporada Black Friday, bem como ideias de como os anunciantes podem tirar melhor proveito do período.