Videomonitoramento é nova ferramenta de marketing

Quando se entende o que o consumidor pensa, compreende-se melhor como ele compra. Ao descobrir seu trajeto mais frequente dentro de uma loja, as áreas a que menos vai e aquelas em que mais permanece, é possível realizar adaptações e aumentar as vendas. Quem diz isso é Johan Akesson, diretor da área de varejo da Axis, empresa global de videomonitoramento criadora da câmera IP que está de olho em mercados emergentes como a América Latina.

A Axis está presente em 42 países e tem entre seus clientes na região a vigilância da cidade de Medellín, o Aeroporto El Dorado, na Colômbia e, no Brasil, o Hospital Albert Einstein, o Metrô de São Paulo, o Aeroporto de Viracopos, a Infraero e o Grupo CCR (transportes). Akesson esteve no Brasil recentemente para falar das tendências do uso de videomonitoramento para varejistas em alguns eventos na região. Segundo o executivo, o uso de câmeras no varejo provoca refinamento de informações e pode levar o varejista a tirar o máximo de proveito dos espaços de exposição de produtos e do layout da loja, além de dar agilidade ao atendimento nos caixas, tornando a experiência de compra mais agradável. Entre as muitas possibilidades desse monitoramento estão, por exemplo,  o reconhecimento de clientes VIP no momento em que entram na loja e a consequente criação de facilidades para eles, como não ter de passar pelo caixa e apenas apontar na loja o que desejam.

A Axis criou, em 1996, a câmera IP. Em 2008, desenvolveu a primeira câmera de rede HDTV e, em 2012, lançou um software que integra até 16 câmeras do mesmo revendedor, chamado Axis Camera Companion. Sua opinião geral é a de que no varejo brasileiro a maioria dos players ainda usa o antigo sistema analógico. “Na verdade, toda a região é muito analógica. Vemos um grande potencial aqui”, diz.

Akesson reconhece que a ideia do videomonitoramento não é nova, mas os usos dados às câmeras IP, que vão muito além da segurança, são inovadores. Elas permitem, por exemplo, usar recursos como “mapas de calor” que apontam áreas mais vazias e mais cheias das lojas ao longo de um dia, auxiliar na contagem de pessoas ou associar processos de identificação com imagens, de modo que uma porta se abra somente se um cartão de acesso corresponder ao rosto de seu titular.

Segundo Akesson, um dos maiores desafios no Brasil é convencer os varejistas dos benefícios da qualidade. “Alguns varejistas estão satisfeitos com câmeras que oferecem resolução mais baixa e desempenho pobre, como em uma loja com iluminação fraca ou na entrada de um shopping center, em que é preciso visualizar a placa dos veículos durante a noite. Alguns deles ainda não estão convencidos das vantagens da redução de perdas ou da coleta de informações sobre clientes na loja ou supermercado. E supor que instalar câmeras de maior qualidade exige maior investimento é um erro comum. Muitas vezes pode-se usar uma única câmera panorâmica Full HD para cobrir toda a loja, utilizando um único cabo de rede para ligar a câmera e para transmitir as imagens, e ser capaz de assistir a este vídeo remotamente em qualquer parte do mundo. O que é definitivamente menos oneroso do que instalar, por exemplo, quatro câmeras de pior qualidade.”